Papa Francisco na encíclica Lumen Fidei: ”A fé não é luz que
dissipa todas as nossas trevas mas é uma lâmpada que guia nossos passos na
noite e isto basta para o caminho”.
“o que se opõe à fé não é o ateísmo, mas o medo”
“Papa Francisco inspira o que é próprio da fé: a confiança e o
sentimento de segurança. É o arquétipo do pai bom que mostra direção
e confiança.”
“Fez uma conclamação importante, verdadeira lição para muitos movimentos no
Brasil: a fé tem que ter os olhos abertos para as chagas dos pobres, estar
perto deles e as mãos operosas para erradicar as causas que produzem esta
pobreza.”
“Não se ouviram, porém, as belas canções que falam do clamor das vítimas, dos indígenas e
camponeses assassinados e do martírio da Irmã Dorothy Stang e do
Padre Josimo. O Papa Francisco enfatizou uma evangelização que se acerca do
povo, na simplicidade e na pobreza. Repetiu muito:”não tenham medo”. O empenho
pela justiça social cria conflitos, vítimas e suscita medo, que deve ser vencido
pela fé.”
“Quantos são aqueles que se apresentam como ateus e
agnósticos e no entanto possuem essa fé como afirmação do sentido da vida e se
empenham para que seja justa e solidária.”
Íntegra de texto:Jornada Internacional da juventude: celebração e compromisso=Leonardo Boff
No
pensamento social e filosófico a questão da
fé não está em alta. Antes pelo contrário, a maioria dos pensadores
tributários dos mestres da suspeita e filhos da modernidade, colocam a fé sob
suspeita, considerada como pensamento arcaico e mítico ou como cosmovisão do
povo supersticioso e falto de conhecimento, na contramão do saber científico.
Como quer que interpretemos a fé, o
fato é que ela está ai e mobiliza milhões de jovens vindos de todo mundo para a
Jornada Mundial da Juventude, além de outros milhares que acorreram para ver o
novo Papa Francisco. Suspeito que nenhuma ideologia, causa ou outro tipo de
lúder que não religioso consiga trazer para as ruas tão numerosa multidão.
Pode-se dizer responsavelmente que ai vigora alienação e arcaísmo?
Tal fato nos leva a refletir sobre a
relevância da fé na vida das pessoas. O conhecido sociólogo Peter Berger
mostrou em seu Rumor de anjos: a sociedade moderna e a redescoberta do
sobrenatural (1969) a falácia da secularização que pretendeu ter banido do
espaço social a religião e o sagrado. Ambos ganharam novas formas mas estiveram
sempre ai presentes, porque estão enraizados profundamente nas demandas fundamentais da vida humana.
Imaginar que um dia o ser humano
abandone totalmente a fé é tão inverossímil quanto esperar que nós para não
ingerirmos alimentos quimicalizados ou transgênicos deixemos uma vez por todas
de comer. Quero abordar a fé em seu sentido mais comezinho, para aquém das
doutrinas, dogmas e religiões, pois ai aparece em sua densidade humana.
Há um dado pre-reflexo que subjaz à
existência de fé: a confiança na bondade fundamental da vida. Por mais absurdos
que haja e os há quase em demasia, o ser humano crê que vale mais a pena viver
do que morrer. Dou um simples exemplo: a criança acorda sobressaltada em plena
noite; grita pela mãe porque o pesadelo
e a escuridão a encheram de medo. A mãe toma-a no colo, no gesto da magna
mater, enche-a de carinho e lhe diz: “querida, não tenhas medo; está tudo bem,
está tudo em ordem”. A criança, entre soluços, reconquista a confiança e dentro
de pouco, adormece tranquila. Estará a mãe enganando a criança? Pois nem tudo
está bem. E contudo sentimos que a mãe não mente à criança. Apesar das
contradições, há uma confiança de que uma ordem básica perpassa a realidade.
Esta impede que o absurdo tenha a
primazia.
Crer é dizer:”sim e amém” à realidade.
O filósofo L. Wittgenstein podia dizer em seu Tractatus logico-philosophicus:
“Crer é afirmar que a vida tem sentido”. Este é o significado bíblico para fé
–he’emin ou amam – que quer dizer: estar seguro e confiante. Daí vem o “amém”
que significa:“é isso mesmo”. Ter fé é estar seguro no sentido da vida.
Essa fé é um dado antropológico de
base. Nem pensamos nele, porque vivemos dentro dele: vale a pena viver e
sacrificar-se para realizar um sentido que valha a pena.
Dizer que este sentido da vida é Deus
é o discurso das religiões. Esse sentido pervade a pessoa, a sociedade e o
universo, não obstante nossas infindáveis interrogações. Escreveu o Papa Francisco na encíclica Lumen Fidei:”A
fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas mas é uma lâmpada que guia
nossos passos na noite e isto basta para o caminho”.
Dizer que esse sentido, Deus, se
acercou de nós e que assumiu nossa carne quente e mortal em Jesus de Nazaré é a
leitura da fé cristã. Em nome desta fé em Jesus morto e ressuscitado, se
reuniram esses milhares de jovens e acorreram mais de dois milhões de pessoas
em Copacabana.
Entre outros traços do carisma do Papa
Francisco é sua fé cristalina que o torna tão despojado, sem medo (o que se
opõe à fé não é o ateísmo mas o medo) que busca proximidade com as pessoas
especialmente com os pobres. Ele inspira o que é próprio da fé: a confiança e o
sentimento de segurança. É o arquétipo do pai bom que mostra direção e confiança.
Fez uma conclamação importante,
verdadeira lição para muitos movimentos no Brasil: a fé tem que ter os olhos
abertos para as chagas dos pobres, estar perto deles e as mãos operosas para
erradicar as causas que produzem esta pobreza.
Na Jornada houve belíssimas
celebrações e canções cujo tom era de piedade. Entretanto, não se escutaram as
belas canções engajadas das milhares comunidades de base. Não se ouviram
também suas belas canções que falam do
clamor das vítimas, dos indígenas e camponeses assassinados e do martírio
da Irmã Dorothy Stang e do Padre Josimo.
O Papa Francisco enfatizou uma evangelização que se acerca do povo, na
simplicidade e na pobreza. Repetiu muito:”não tenham medo”. O empenho pela
justiça social cria conflitos, vítimas e suscita medo, que deve ser vencido
pela fé.
Voltemos ao tema da fé humana. Quantos
são aqueles que se apresentam como ateus e agnósticos e no entanto possuem essa
fé como afirmação do sentido da vida e se empenham para que seja justa e
solidária. Talvez não a confessam em termos de Deus e de Jesus Cristo. Não
importa. Pois a base subjacente a esta fé em Deus e Cristo está lá presente sem
ser dita.
Esta
fé básica impõe limites à pós-modernidade vulgar que se desinteressa por uma humanidade
melhor e que não tem compromisso com a solidariedade pelo destino trágico dos
sofredores. Outros, vendo o fervor da fé dos jovens e a comoção até às lágrimas
sentem talvez saudades da fé da infância. E ai podem surgir impulsos que os
animam a viver a fé humana fundamental e quem sabe se abrem até à fé num Deus e
em Jesus Cristo. É um dom. Mas o dom de uma
conquista. E então um sentido maior se abre para uma vida mais feliz.
Hora do "Angelus" - Oração da Hora do Anjo (faz-se ao meio dia /12h e
18 horas)
V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria. R. E Ela concebeu do Espírito Santo. _Ave Maria, Cheia de Graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, Bendito é o Fruto do Vosso ventre, Jesus. _Santa Maria, Mãe de Jesus, rogai por nós, filhos e filhas de Deus, agora e na hora da nossa vitória sobre o pecado, a doença e a morte. Assim seja e assim se faça!
V. Eis aqui a escrava do Senhor. R. Faça-se em mim segundo a Vossa Palavra. _Ave Maria…
V. O Verbo se fez Carne. R. E habitou entre nós. _Ave Maria…
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus. R. Para que sejamos dignos das promessas de
Cristo.
Oremos: Ó Deus que instruíste o coração dos vossos fieis com a Luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o Vosso Espírito e gozemos sempre de sua consolação por Cristo, Senhor Nosso. Amém! Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio, agora e sempre Amém! Mãe Divina derramai sobre a humanidade inteira as Graças eficazes de Vossa Chama de Amor, agora e na hora da nossa vitória sobre o pecado, a doença e a morte. Assim seja e assim se faça! *ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.* *ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.* *ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.* *ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.* * ઇઉ.¸¸.*ઇઉ.* outra oração, depois do Oremos, é a seguinte: Infundi, Senhor, como Vos pedimos, a Vossa graça
nas nossas almas, para que nós, que pela Anunciação do Anjo conhecemos a
Encarnação de Cristo, Vosso Filho, pela sua Paixão e Morte na Cruz, sejamos
conduzidos à glória da ressurreição. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Ave Maria Tradicional: _Ave Maria, Cheia de Graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, Bendito é o Fruto do Vosso ventre, Jesus. _Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém!
Luca Vianni Bom título pra
começar uma breve reflexão, essa do francês Alexandre Dumas. Então, que
comecemos com a graça do encantamento musical com o pequeno José, nascido em
Garanhuns, PE, filho do mestre Chicão - que além de sanfoneiro, era também
afinador de sanfonas. Portanto, o moleque já trazia no sangue o DNA olimpiano
de grande músico quando, com apenas nove anos, conheceu numa porta de hotel aquele que viria a ser o padrinho musical . Ora, diante de mestre com tamanha envergadura, tinha que somar
a arte inata com a influência de Gonzagão. Deu no que deu. Em quase 60 anos
de labor musical, esse que também é um mestre imponderável da sanfona,
forrozeiro incansável e um artista de respeito internacional que conquistou
inclusive prêmios cobiçados por muitos em seu mister, nos proporcionou os mais
inusitados e abundantes desejos, sensações e sentimentos próprios da
idiossincrasia humana, embalando nossas noites em festanças sazonais ou não com
exemplares únicos de sua produção ou parceria em celebrações intermináveis
Nordeste e Brasil a fora. Agora, imagine-se
encontrar em um só indivíduo o talento e a arte de compositor, arranjador,
músico e, especialmente, um preservador da arte da sanfona. Com certeza, na
prodigiosa safra desse talentoso conterrâneo há pérolas do mais puro enlevo
musical como “Isso aqui tá bom demais”, em parceira com o incomparável Chico
Buarque, ou “Eu quero um xodó”, com a segunda mulher Anastácia (Lucinete Ferreira). Questão de saúde
– dessas das quais não conseguimos nos livrar – levaram Dominguinhos pro
Olimpo. Lá, onde estará chegando de volta pro aconchego, pois é imortal,
certamente encontrará de braços abertos figuras de grande envergadura como o
padrinho musical Gonzagão, Januário, mestres como o carioca Orlando Silveira, o
catarinense Pedro Raymundo, o baiano Noca do Acordeom (Adauto P. Mattos) o
paraibano Abdias dos Oito Baixos, a amiga e cantora Marinês, parceiros e
arranjadores de grande calibre como o adorável Sivuca (Severino Oliveira) e
tantos outros nordestinos cuja imagem musical se ofuscou diante da figura refulgente
desse pernambucano ilustre. Deixa por aqui também outra pá de grandes amigos,
grandes mestres e parceiros do mesmo naipe que ainda vão continuar nos
proporcionando momentos inesquecíveis do mais puro deleite musical. José Domingos de Morais, Dominguinhos, deixa três grandes legados. O conjunto de sua extensa,
agradável e encantadora obra. A lembrança de um artista simples do povo que
soube levar o canto nordestino aos quatro cantos do mundo. E a inexpugnável
saudade que fica entre os apreciadores, tietes incondicionais e parceiros e
amigos mais próximos que nunca o esquecerão pelo ser humano que foi.
Dominguinhos, com certeza, deixa na mala bastante saudade. A palavra
empolga e o exemplo ensina. A música encanta...
Luca Vianni
Para o amigo
Antonio Manuel, essa humilde reflexão sobre o músico, arranjador, compositor e
cantor Dominguinhos, com um pedido de desculpa pelo impacto da solicitação
(assim de bate-pronto, meio “aparteirado”!!!). Pra mim, um puta desafio! Espero estar
atendendo a carinhosa solicitação. Receba um abraço
fraterno e pleno de energias positivas!!!
Imagem da hora em que o Papa falava ao povo de Manguinhos
Papa Francisco no Brasil
defende e apoia o Programa do Governo Federal: Fome Zero e o combate à Miséria
Papa Francisco
elogia o programa de combate à fome e à miséria do Governo Federal e se
compromete a contribuir, em nome da “Igreja, «advogada da justiça e defensora
dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas, que
clamam ao céu» (Documento de Aparecida, 395), deseja oferecer a sua colaboração
em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico desenvolvimento do homem
todo e de todo o homem.”
Quem
esperava um discurso agressivo e crítico ao governo durante a aparição do papa
Francisco na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro, deparou com "um
discurso de pastor: alegre e de bem com a vida", segundo Luiz Alberto
Gómez de Souza, diretor do Programa de Ciência e Religião da Universidade
Cândido Mendes.
"Ele
encorajou os esforços de combate à fome, e por mais que não tenha citado
nominalmente os programas sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família, é a eles
que se refere' afirmou. 'O papa reconhece os progressos feitos pelo governo e
pela sociedade civil e entende isso como um ganho para o país'."
JMJ na expectativa de ver o Papa
"Mas
ele também vê muitas injustiças na sociedade, e coloca o jovem como
protagonista. Pede que o jovem não perca a esperança", diz.
Para
Luiz, o discurso de hoje está alinhado com o proferido na ilha de Lampedusa, na
Itália, local que recebe imigrantes que tentam entrar ilegalmente na Europa.
"É a questão da 'fome de dignidade', e de 'não haver ninguém descartável',
que estavam na fala de Francisco."
Íntegra
do discurso do papa em Manguinhos
Queridos irmãos e irmãs,
Que bom poder estar com vocês aqui! Desde o início, quando
planejava a minha visita ao Brasil, o meu desejo era poder visitar todos os
bairros deste País. Queria bater em cada porta, dizer "bom dia",
pedir um copo de água fresca, beber um "cafezinho", falar como a
amigos de casa, ouvir o coração de cada um, dos pais, dos filhos, dos avós...
Mas o Brasil étão grande! Não é possível bater em todas as portas! Então
escolhi vir aqui, visitar a Comunidade de vocês que hoje representa todos os
bairros do Brasil. Como é bom ser bem acolhido, com amor, generosidade,
alegria! Basta ver como vocês decoraram as ruas da Comunidade; isso é também um
sinal do carinho que nasce do coração de vocês, do coração dos brasileiros, que
está em festa! Muito obrigado a cada um de vocês pela linda acolhida! Agradeço
a Dom Orani Tempesta e ao casal Rangler e Joana pelas suas belas palavras.
Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras e também aqui
junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais
bonito que qualquer enfeite ou decoração. Isso é assim porque quando somos
generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela ? um pouco de comida,
um lugar na nossa casa, o nosso tempo -não ficamos mais pobres, mas
enriquecemos. Sei bem que quando alguém que precisa comer bate na sua porta,
vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre
se pode "colocar mais água no feijão"! E vocês fazem isto com amor,
mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração!
E povo brasileiro, sobretudo as pessoas mais simples, pode dar
para o mundo uma grande lição de solidariedade,que é uma palavra frequentemente
esquecida ou silenciada, porque é incômoda. Queria lançar um apelo a todos os
que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa
vontade comprometidas com a justiça social:Não se cansem de trabalhar por um
mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às
desigualdades que ainda existem no mundo! Cada um, na medida das próprias
possibilidades e responsabilidades, saiba dar a sua contribuição para acabar
com tantas injustiças sociais! Não é a cultura do egoísmo, do individualismo,
que frequentemente regula a nossa sociedade, aquela que constrói e conduz a um
mundo mais habitável, mas sim a cultura da solidariedade; ver no outro não um
concorrente ou um número, mas um irmão.
Quero encorajar os esforços que a sociedade brasileira tem feito
para integrar todas as partes do seu corpo,incluindo as mais sofridas e
necessitadas, através do combate à fome e à miséria. Nenhum esforço de
"pacificação" será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para
uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte
de si mesma. Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma; antes,
perde algo de essencial para si mesma. Lembremo-nos sempre: somente quando se é
capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade; tudo aquilo que se
compartilha se multiplica! A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo
modo como esta trata os mais necessitados, quem não tem outra coisa senão a sua
pobreza!
Queria dizer-lhes também que a Igreja, «advogada da justiça e
defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e
econômicas, que clamam ao céu» (Documento de Aparecida, 395), deseja oferecer a
sua colaboração em todas as iniciativas que signifiquem um autêntico
desenvolvimento do homem todo e de todo o homem. Queridos amigos,certamente é
necessário dar o pão a quem tem fome; é um ato de justiça. Mas existe também
uma fome mais profunda, a fome de uma felicidade que só Deus pode saciar. Não
existe verdadeira promoção do bem-comum, nem verdadeiro desenvolvimento do
homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação, os
seus bens imateriais:a vida, que é dom de Deus, um valor que deve ser sempre
tutelado e promovido; a família, fundamento da convivência e remédio contra a
desagregação social; a educação integral, que não se reduz a uma simples
transmissão de informações com o fim de gerar lucro; a saúde, que deve buscar o
bem-estar integral da pessoa, incluindo a dimensão espiritual, que é essencial
para o equilíbrio humano e uma convivência saudável; a segurança, na convicção
de que a violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano.
Papa na favela do Rio
Queria dizer uma última coisa. Aqui, como em todo
o Brasil, há muitos jovens. Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade
especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que
falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o
seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca
desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A
realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a
praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo. A Igreja está ao
lado de vocês, trazendo-lhes o bem precioso da fé, de Jesus Cristo, que veio
"para que todos tenham vida em abundância."
Hoje a todos vocês, especialmente aos moradores
dessa Comunidade de Varginha, quero dizer: Vocês não estão sozinhos, a Igreja
está com vocês, o Papa está com vocês. Levo a cada um no meu coração e faço
minhas as intenções que vocês carregam no seu íntimo: os agradecimentos pelas
alegrias, os pedidos de ajuda nas dificuldades, o desejo de consolação nos
momentos de tristeza e sofrimento. Tudo isso confio à intercessão de Nossa
Senhora Aparecida, Mãe de todos os pobres do Brasil, e com grande carinho lhes
concedo a minha Bênção. (_fonte: UOL Notícias)
Papa Francisco
no Brasil - íntegra de seu discurso e trechos do da Presidente
“Saúdo com deferência à senhora presidenta e os ilustres membros do seu
governo. Obrigado pelo seu generoso acolhimento e por suas palavras que
externaram a alegria dos brasileiros pela minha presença em sua Pátria.” Papa Francisco
“Vim para a JMJ para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo atraídos
pelos braços abertos pelo Cristo Redentor. Estes jovens provêm de diversos
continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variadas culturas e,
todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns
aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico que os
irmanem para além de toda diversidade." Papa Francisco
O
Papa Francisco chegou ao Brasil às 15h43 desta segunda-feira (22) para presidir
a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e saudou os jovens em seu primeiro
discurso, no Rio de Janeiro. "Cristo bota fé nos jovens", afirmou o
pontífice argentino, que faz sua primeira viagem internacional desde que foi
escolhido sucessor de Bento XVI. O Papa fica no país até domingo (28) e ainda
visitará a cidade de Aparecida (SP), nesta quarta.
Leia
a íntegra do discurso, logo abaixo:
Papa ressalta a importância do Brasil para a
Igreja Católica, Dilma pede apoio de Roma para reduzir a desigualdade, a
pobreza e a fome no mundo. Enquanto à porta do Palácio, manifestantes protestam pelo
Estado Laico, queimam boneco do governador do Rio e promovem beijaço gay.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta
segunda-feira, em discurso na recepção ao papa Francisco, no Palácio Guanabara,
que o apoio da Igreja Católica "pode transformar iniciativas pontuais em
iniciativas globais, efetivas para garantir a segurança alimentar" contra
a pobreza e a fome no mundo. "A crise econômica, que tira o emprego de
milhões, nos obriga a um novo senso de urgência para reduzir a
desigualdade", afirmou. Após o discurso, Dilma foi beijada pelo Papa.
Após a cerimônia oficial de boas-vindas, a presidenta Dilma Rousseff teve uma
reunião privada com o pontífice, que durou cerca de 15 minutos.
"Aprendi que para ter
acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso
coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a
esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não
tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: JESUS
CRISTO!" Papa Francisco
Íntegra do discurso do Papa:
"Senhora Presidenta, Ilustres Autoridades, Irmãos e amigos!
Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem
internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina,
precisamente aoBrasil, nação que se
gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de
fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou
graças a Deus pela sua benignidade.
Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso
ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta
hora eu possa bater delicadamente a esta porta.
Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês.
Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus
Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em
cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: “A paz
de Cristo esteja com vocês!”
Saúdo com deferência a senhora presidenta e os ilustres membros
do seu governo. Obrigado pelo seu generoso acolhimento e por suas palavras que
externaram a alegria dos brasileiros pela minha presença em sua Pátria.
Cumprimento também o senhor governador deste Estado, que amavelmente nos recebe
na sede do governo, e o senhor prefeito do Rio de Janeiro, bem como os Membros
do Corpo Diplomático acreditado junto ao governo brasileiro, as demais
autoridades presentes e todos quantos se prodigalizaram para tornar realidade
esta minha visita.
Quero dirigir uma palavra de afeto aos meus irmãos no Episcopado,
sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às
suas amadas igrejas particulares. Esta minha visita outra coisa não quer senão
continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus
irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que
d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu
Amor.
O motivo principal da minha presença no Brasil, como é sabido,
transcende as suas fronteiras. Vim para a Jornada Mundial da Juventude. Vim
para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços
abertos do Cristo Redentor. Eles querem agasalhar-se no seu abraço para, junto
de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: "Ide e fazei
discípulos entre todas as nações".
Estes jovens provêm dos diversos continentes, falam línguas
diferentes, são portadores de variadas culturas e, todavia, em Cristo encontram
as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de
verdade límpida e de amor autêntico que os irmanem para além de toda
diversidade.
Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode
ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando
conquistados pela experiência da sua amizade. Cristo “bota fé” nos jovens e
confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para
além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos.
Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única
vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.
Ao iniciar esta minha visita ao Brasil, tenho consciência de
que, ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades
eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos
homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas
gerações.
Os pais usam dizer por aqui: “os filhos são a menina dos nossos
olhos”. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a
imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o
milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos?
Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um
de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta.
A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por
isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da
promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições
materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele
fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e
educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores
duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte
transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a
criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à
medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja
sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos.
Concluindo, peço a todos a delicadeza da atenção e, se possível,
a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. Nesta hora, os
braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua
complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas,
dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta
excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente
recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida, invocando sua proteção materna
sobre seus lares e famílias. Desde já a todos abençoo. Obrigado pelo
acolhimento!"
DESCOBERTO: Papa
Francisco causa ciúmes em JB ao beijar a Presidente Dilma Rousseff durante
cerimônia de boas-vindas,
confira vídeo da deselegante falta de educação de Joaquim Barbosa...
(...e a "idiota" da jornalista, ainda ri!)
Post reacionadoO Papa Francisco na JMJ Brasil e a Celebração da Fé, por Leonardo Boff
Persistência da memória – ou Relógios Moles- (pintura).
InInfopédia[Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
Em 1934, Salvador Dali, pintor
catalão radicado em Paris e uma das figuras líderes do grupo surrealista, expõe
numa galeria de Nova Iorque, o quadro "A persistência da memória", o
que se tornaria num dos momentos fundamentais da sua carreira artística,
responsável pelo incremento da sua notoriedade pública. De fato, os relógios
moles - designação muitas vezes atribuída a este quadro - transformaram-se de
imediato num dos ícones mais fortes e característicos da sua obra.
Na tela encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas
tendo como fundo a paisagem de Porto Lligat,
localizado no norte de Espanha, (memória de infância de Dali). Segundo o
próprio autor, a solução formal dos relógios derivam de um queijo camembert que Dali se encontrava a
observar enquanto pintava. As suas formas sensuais têm uma evidente conotação
sexual, nomeadamente o que se encontra no centro do quadro, estendido sobre uma
pedra que simula o retrato do artista.
Dali via os relógios como instrumentos normalizados e exatos que traduziam de
forma objetiva a passagem do tempo. O fato de os dotar de formas orgânicas
remete-os para o universo de prazer, recordando a dimensão fugidia do tempo e o
sentido de ambiguidade que a evolução temporal introduz pelo cruzamento da percepção
da realidade com a casualidade e inexplicabilidade
da memória.
Esta pintura traduz o interesse do pintor pelas conquistas da ciência moderna,
cruzando teorias mais abstratas de física, nomeadamente a relatividade de
Einstein, que colocou em causa a ideia de espaço e tempo fixos, com as
pesquisas de Freud relativamente ao inconsciente e à importância dos fenômenos
dos sonhos. A duplicidade de sentido das imagens e as inúmeras interpretações
que promovem assim como a tendência para a criação de cenas absurdas repletas
de signos indecifráveis, levaram a Dali a designar esta forma de arte de
crítica paranoica, em tudo oposta a uma visão racional do mundo.
De um ponto de vista técnico, esta pintura, assim como grande parte das
criações de Dali, perseguem um enorme virtuosismo e meticulosidade no desenho
das formas e na representação dos pormenores, com objetivo de obter atmosferas
dotadas de grande realismo, daí o frequente alinhamento desta fase criativa com
o grupo dos surrealistas ilusionistas ou veristas.
Contém uma grande quantidade de referências de caráter historicista,
particularmente as referentes à pintura maneirista ou à enigmática e fantástica
obra do flamengo Jerónimo Bosch.
O quadro Persistência da Memória (também conhecida por
Relógios Moles) foi pintado a óleo, aplicado sobre tela com 24,1 por 33 cm.
Encontra-se exposto no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
A
Persistência da Memória 3D
Relógios
moles - Salvador Dalí(1933). Óleo sobre tela 81x100cm. Coleção particular
Relógios moles(1933). Óleo sobre tela 81x100cm.
Coleção particular
-Álvaro de campos-
No tempo
em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida. Sim, o que fui de
suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui…
A que distância!…
(Nem o acho… )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! O que eu sou hoje é como a
umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes…
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio… No tempo em que
festejavam o dia dos meus anos …
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim…
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes! Vejo tudo
outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui…
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na louça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do
alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .
Relógios moles(1933). Óleo sobre tela 81x100cm.
Coleção particular
Pára, meu
coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! … O tempo em que
festejavam o dia dos meus anos!…
Paulo
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