Poetisa SOLEDAD BARRET VIEDMA
"La nieta del gran Rafael Barrett luchó contra las dictaduras de Paraguay, Uruguay y Brasil. Fue asesinada en Recife, el 8 de enero de 1973. El cabo Anselmo, un infiltrado por el régimen militar en las filas revolucionarias, la entregó. El Estado brasileño pidió recientemente disculpas por su asesinato."
Mércia de Albuquerque Ferreira,
advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos
removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:
“Ela estava com os olhos muito
abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o
que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho
a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a
trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma
quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi
parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu,
naquele horror.”
Soledad, atuou no VPR – Vanguarda
Popular Revolucionária, movimento que fazia oposição à Ditadura numa luta pela
redemocratização, e que denunciava internacionalmente as práticas da torturas e
assassinatos cometidos pelo regime instaurado pós 1964. A Vanguarda atuou em
várias células, tendo em Olinda ponto estratégico, onde a partir de movimentos
culturais expunha todo o terror ao qual o pais encontrava-se mergulhado.
Soledad e outros companheiros da Vanguarda, foram mortos, pegos numa emboscada
feita a partir de delação de um agente duplo infiltrado na própria Vanguarda, o
Cabo Anselmo, que na ocasião militava usando o nome de “Daniel”, fato ocorrido
numa chácara no Munícipio de Paulista, sendo considerado um dos crimes de maior
repercussão internacional, episódio que ganhou o nome de “Chacina da Chácara de
São Bento”. Na ocasião encontravam-se junto a Soledad, seus companheiros, Pauline
Reichstul, Eudaldo Gómez da Silva, Jarbas Pereira Márquez, José Manoel da Silva
e Evaldo Luiz Ferreira, cabe salientar que o filho que Soledad estava a esperar
era de José Anselmo dos Santos ou “Cabo Anselmo” como era conhecido nos meios
militares.
O último poema de Soledad Barret
Viedma foi composto e endereçado para sua mãe numa forma de despedida:
Mãe, me entristece te ver assim
o olhar quebrado dos teus olhos azul
céu
em silêncio implorando que eu não
parta.
Mãe, não sofras se não volto
me encontrarás em cada moça do povo
deste povo, daquele, daquele outro
do mais próximo, do mais longínquo
talvez cruze os mares, as montanhas
os cárceres, os céus
mas, Mãe, eu te asseguro,
que, sim, me encontrarás!
no olhar de uma criança feliz
de um jovem que estuda
de um camponês em sua terra
de um operário em sua fábrica
do traidor na forca
do guerrilheiro em seu posto
sempre, sempre me encontrarás!
Mãe, não fiques triste,
tua filha te ama.
(Soledad Barret Viedma)
Antes, de nos posicionar admiráveis e saudosos a elogios a atos de crueldade e tortura, faz-se necessário saber que houve aqui, uma Soledad, e que sua História foi real!
- Que sua memória jamais seja
esquecida!
fonte de imagem: Reprodução
texto: Olinda de antigamente
“Su hija, Ñasaindy Barret
de Araújo, recibe formalmente el pedido de disculpas del Estado brasileño”,
explicó el titular de la comisión.
“Outra coisa aprendi com Soledad: que a
Pátria não é um só lugar!”
Soledad Barret (trecho de
"Utopia e Barbárie", doc de Silvio Tendler)
“Otra cosa aprendí junto a
Soledad
que la patria no es
un solo lugar.
Cual el libertario abuelo del
Paraguay
creciendo buscó su senda y el
Uruguay
no olvida la marca de su pisada
cuando busca el Norte
el Norte Brasil
para combatir…”.
Soledad Barret – retrato de Federico Caballero/2011
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El gran poeta Mario Benedetti la retrata así en sus versos:
“Con tu imagen segura
con tu pinta muchacha
pudiste ser modelo
actriz
Miss Paraguay
carátula
almanaque
quién sabe cuántas cosas
pero el abuelo Rafael
el viejo anarco
te tironeaba fuertemente la
sangre
y vos sentías callada esos
tirones…”.
Soledad que aún te niegas a morir
Cortometraje documental en Homenaje a
Soledad Barrett por el Aniversario 42° de su asesinato.
SOLEDAD que aún te niegas a morir
https://www.youtube.com/user/elcuaji1
Cortometraje
documental en Homenaje a Soledad Barrett por el Aniversario 42° de su
asesinato.
“con tu imagen segura
con tu pinta muchacha
pudiste ser modelo
actriz
miss paraguay
carátula almanaque quién sabe cuántas cosas
pero el abuelo Rafael el viejo anarco
te tironeaba fuertemente la sangre
y vos sentías callada esos tirones
Soledad no viviste en soledad
por eso tu vida no se borra
simplemente se colma de señales”
Mario Benedetti
Muerte de Soledad Barret
Por Carlos Pérez Cáceres
Porque su ejemplo sea bandera de las nuevas generaciones de luchadores
Nascida no Paraguai, Soledad Barret era de uma família
culta e politizada, neta do renomado escritor hispano-paraguaio Rafael Barret.
Por causa do ativismo político de sua família, ela viveu no exílio na Argentina
e no Uruguai. Depois, decidiu ir a Cuba, onde conheceu o brasileiro José Maria
Ferreira Araújo, militante da VPR exilado na Ilha. Com ele, que desapareceria
em 1970, Soledad teve uma filha, Ñasaindy de Araújo Barret. No Brasil, passou
também a integrar a organização.
Em 1973, a militante e mais cinco
companheiros da VPR foram assassinados nos arredores do Recife (PE), num
episódio conhecido como o Massacre da Chácara São Bento. O jornalista Elio
Gaspari, em seu livro ‘A Ditadura Escancarada’, classifica o episódio como “uma
das maiores e mais cruéis chacinas da ditadura”.
As forças da repressão conseguiram
obter informações da localização dos militantes graças aos serviços de Cabo
Anselmo, militar que se infiltrou na VPR e, inclusive, mantinha um
relacionamento com Soledad, que estava grávida de um filho dele. Segundo o
livro ‘Luta: substantivo feminino”, o cadáver de Soledad apresentava marcas de
algemas nos pulsos e equimoses pelo corpo.
8 de Março- Homenagem a Soledad.
Publicado em 08 mar 2018
Por : Aduferpe
_Adaptado e publicado por Gláucia Lima
em 06 de janeiro de 2019
“Os militares diziam que a tortura não passa nunca. Eles tinham razão.”
Presa 33 dias após dar à luz seu filho, Rose Nogueira foi torturada psicologicamente e abusada sexualmente, ela ainda guarda as marcas do período
Rosemeire
Nogueira é jornalista,
militante e presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo. Foi presa pela ditadura
militar em 4 de novembro de 1969, mesmo dia da morte de Carlos Marighella. Na
época, militava na Ação Libertadora Nacional (ALN) e trabalhava no jornal Folha da Tarde.
RELATO
"Sobe depressa, Miss Brasil’, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Na sala do delegado Fleury, num papelão, uma caveira desenhada e, embaixo, as letras EM, de Esquadrão da Morte. Todos deram risada quando entrei. ‘Olha aí a Miss Brasil. Pariu noutro dia e já está magra, mas tem um quadril de vaca’, disse ele. Um outro: ‘Só pode ser uma vaca terrorista’. Mostrou uma página de jornal com a matéria sobre o prêmio da vaca leiteira Miss Brasil numa exposição de gado. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Picou a página do jornal e atirou em mim. Segurei os seios, o leite escorreu. Ele ficou olhando um momento e fechou o vestido. Me virou de costas, me pegando pela cintura e começaram os beliscões nas nádegas, nas costas, com o vestido levantado. Um outro segurava meus braços, minha cabeça, me dobrando sobre a mesa. Eu chorava, gritava, e eles riam muito, gritavam palavrões. Só pararam quando viram o sangue escorrer nas minhas pernas. Aí me deram muitas palmadas e um empurrão. Passaram-se alguns dias e ‘subi’ de novo. Lá estava ele, esfregando as mãos como se me esperasse. Tirou meu vestido e novamente escondi os seios. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. No meio desse terror, levaram-me para a carceragem, onde um enfermeiro preparava uma injeção. Lutei como podia, joguei a latinha da seringa no chão, mas um outro segurou-me e o enfermeiro aplicou a injeção na minha coxa. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’. ‘E se não melhorar, vai para o barranco, porque aqui ninguém fica doente.’ Esse foi o começo da pior parte. Passaram a ameaçar buscar meu filho. ‘Vamos quebrar a perna’, dizia um. ‘Queimar com cigarro’, dizia outro."
Entrevista
Rose Nogueira (sem edição, na íntegra) #DitaduraNuncaMais