Ele é um "tibungo" na poesia do Sertão!
O Poeta
Jessier Quirino é o "grande menestrel" do pensamento popular
nordestino nestes tempos atuais e desde alguns anos. Memória extraordinária,
tem muita variedade nas histórias que conta e cita. Indo, desde a poesia matuta,
impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, cocos,
cantorias músicas, piadas e textos com grande apuro de nordestinidade. (Homenagem ao Poeta no Dia Nacional da Poesia - 14 de Março - Gláucia Lima)
Dono de um estilo próprio "domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público.
Preenchendo uma lacuna deixada pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias, que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade apurada.
Nos espetáculos com fundo musical, apresenta-se acompanhado de músicos de primeira grandeza, entre os quais, dois filhos, que dão um tom majestoso e solene ao recital. São eles: Vitor Quirino (violão clássico), André Correia (violino) e Matheus Quirino (percussão). Os músicos Letinho (violão) e China (percussão) atuam nos espetáculos mais elaborados.
Apesar de muitos considerá-lo um humorista, opta pela denominação de poeta, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto fugir ao lirismo poético e literário.
Sobre Jessier, disse o poeta e ensaísta Alberto da Cunha Melo: "...talvez prevendo uma profunda transformação no mundo rural, em virtude da força homogeneizadora dos meios de comunicação e das novas tecnologias, Jessier Quirino, desde seu primeiro livro, vem fazendo uma espécie de etnografia poética dos valores, hábitos, utensílios e linguagem do agreste e do sertão nordestinos. ... Sua obra, não tenho dúvidas, além do valor estético cada dia mais comprovado, vai futuramente servir como documento e testemunho de um mundo já então engolido pela voragem tecnológica."
MINI-CURRÍCULO
Arquiteto
por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no
ano de 1954 na cidade de Campina Grande, Paraíba e é filho adotivo de Itabaiana
também na Paraíba, onde reside desde 1983.
Filho de
Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de
Lamarck Quirino, Leonam Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho Vitória
Regina Quirino.
Estudou em
Campina Grande até o ginásio no Instituto Domingos Sávio e Colégio Pio XI. Fez
o curso científico em Recife no Esuda e fez faculdade de Arquitetura na UFPB --
João Pessoa, concluindo curso em 1982. Apesar da agenda artística literária
sempre requisitada, ainda atua na arquitetura, tendo obras espalhadas por todo
o Nordeste, principalmente na área de concessionárias de automóveis.
Na área
artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho
artístico e desenho arquitetônico. Na área de literatura, não fez nenhum curso
e trabalha a prosa, a métrica e a rima como um mero domador de palavras.
Interessado
na causa poética nordestina persegue fatos e histórias sertanejas com olhos e
faro de rastejador. Autor dos livros: "Paisagem de Interior"
(poesia), "Agruras da Lata D`água" (poesia), "O Chapéu Mau e o
Lobinho Vermelho" (infantil), "Prosa Morena" ( poesia e
acompanha um pires de CD ), "Política de Pé de Muro - O Comitê do
Povão" ( legendas e imagens gargalhativas sobre folclore político popular
), CDs: "Paisagem de Interior 1 e Paisagem de Interior 2", o livro:
"Bandeira Nordestina" (poesia e acompanha um pires de CD), A Folha de
Boldo Notícias de Cachaceiros - em parceria com Joselito Nunes -- todos
editados pelas Edições Bagaço do Recife - além de causos, músicas, cordéis e
outros escritos.