Maranhão: Semana Santa
2018
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Variada e riquíssima é a cultura popular do Maranhão
Começamos e terminamos nosso passeio em terras maranhenses com puro Amor!
Não faltou: Visitas ao Reviver: Centro Histórico de São Luís;
Sexta-feira Santa na Catedral da capital maranhense com visita ao Museu Sacro; Visita ao Museu do Reggae, primeiro museu do gênero fora da Jamaica;
Passada rápida em São José de Ribamar, terra da cantora Alcione e do Padroeiro do Estado.
Degustações de sua culinária.
Raiz Tribal ao fundo, no palco
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Feirinha local com Artesanato e Show de Reggae para brindar e fazer jus à
fama do ludovicense, onde brindamos e fumamos
um charuto cubano, da vizinha Jamaica, berço do Reggae.
Raiz Tribal |
“Será raro encontrar um único disco do acervo do museu que não seja raro. Foram todos escolhidos um a um, sob critérios de especialistas que viveram e vivem o reggae há décadas”, diz o DJ Ademar Danilo, idealizador e diretor do museu.
Ademar Danilo foi justamente quem criou o primeiro programa de FM
inteiramente especializado, em 1984.
Depois de décadas como expressão
legitimada pelo povo, o Museu do Reggae ainda significa um reconhecimento, pelo
poder público, do gênero musical como interlocutor social. “Essa é uma das
grandes conquistas do movimento reggae do Maranhão.
O governo, que antes atacava através
do aparato de repressão, hoje reconhece a importância do reggae para o turismo
e a cultura”, diz o diretor da instituição.
Segundo o DJ Danilo, um dos motivos pelos quais o reggae fixou raízes fundas na alma do povo maranhense seria a ancestralidade comum a São Luís e Jamaica. “Grande parte das pessoas escravizadas que foram trazidas à força para cá e para lá tinha a mesma origem: o porto de São Jorge da Mina, na Costa do Ouro, hoje Gana, onde eram aprisionadas pessoas jejes, iorubás, fanti-ashantis, nagôs e de outras nações africanas”, ele afirma, concluindo que vem daí a semelhança física entre habitantes de um lugar e de outro.
Segundo o DJ Danilo, um dos motivos pelos quais o reggae fixou raízes fundas na alma do povo maranhense seria a ancestralidade comum a São Luís e Jamaica. “Grande parte das pessoas escravizadas que foram trazidas à força para cá e para lá tinha a mesma origem: o porto de São Jorge da Mina, na Costa do Ouro, hoje Gana, onde eram aprisionadas pessoas jejes, iorubás, fanti-ashantis, nagôs e de outras nações africanas”, ele afirma, concluindo que vem daí a semelhança física entre habitantes de um lugar e de outro.
“Os traficantes de escravos chamavam
a todos de ‘negros Mina’, por causa do nome do porto onde eram embarcados. Por
esse motivo a religião afro-maranhense se chama tambor de Mina, enquanto a
religião afro-jamaicana se chama pokomina, Mina pela procedência e poko para
imitar o som do tambor, poko poko poko”, teoriza.
Partimos à meia noite, com lua cheia... Não por menos, lembramos seu
filho ilustre João do Vale.
Na Asa do Vento – Composição de João do Vale
Interpretação de Caetano Veloso
Nascido em Pedreira/MA em 11 de outubro de 1934, onde reivindicava, e
foi atendido, ser sepultado, João do Vale faleceu no Maranhão em 6 de dezembro
de 1996. O compositor teve muitas parcerias e, se você pensa que não conhece
João do Vale, ele que teve dezenas de músicas gravadas, onde algumas delas
deram popularidade a muitos cantores.
Pesquise aí e encontre:
_Na Asa do Vento – parceria com
Luiz Vieira, gravada por Dolores Duran em 1956, regravada por Caetano Veloso em
1975 no LP Joia;
_Pisa na Fulô – xote gravado por Ivon Curi em 1957, foi um dos discos mais vendidos na época;
_Peba na Pimenta – já final da década de 1950, integrou a trilha sonora do filme Rico Ri à Toa, direção de Roberto Farias;
_Carcará – em 4 de dezembro de 1964, estreia o show “Opinião”, a princípio com João do Vale, Zé Keti e Nara Leão, e posteriormente com Maria Bethânia. Estreante, aos 17 anos, Betha eletrizou a plateia interpretando Carcará, música considerada um hino contra a ditadura militar e o maior sucesso de sua carreira.
_Coronel Antônio Bento – Tim Maia gravou no início de 1970 e fez muito sucesso;
_O Canto da Ema – gravado em 1974 por Gilberto Gil no LP Expresso 2222;
Chico Buarque, Zé Ramalho, Fagner, são muitas as expressões de artistas que gravaram, interpretaram e produziram o/com João do Vale. Também fez trilhas de filmes e espetáculos; em 1978, por exemplo, passou a apresentar o “Forró Forrado”; participou do Projeto Calunga (1980), ao lado de Chico Buarque e outros artistas, realizou inúmeras apresentações em Angola; em 1985, participou do show inaugural do Projeto Pixinguinha Seis e Meia (SP).
_Pisa na Fulô – xote gravado por Ivon Curi em 1957, foi um dos discos mais vendidos na época;
_Peba na Pimenta – já final da década de 1950, integrou a trilha sonora do filme Rico Ri à Toa, direção de Roberto Farias;
_Carcará – em 4 de dezembro de 1964, estreia o show “Opinião”, a princípio com João do Vale, Zé Keti e Nara Leão, e posteriormente com Maria Bethânia. Estreante, aos 17 anos, Betha eletrizou a plateia interpretando Carcará, música considerada um hino contra a ditadura militar e o maior sucesso de sua carreira.
_Coronel Antônio Bento – Tim Maia gravou no início de 1970 e fez muito sucesso;
_O Canto da Ema – gravado em 1974 por Gilberto Gil no LP Expresso 2222;
Chico Buarque, Zé Ramalho, Fagner, são muitas as expressões de artistas que gravaram, interpretaram e produziram o/com João do Vale. Também fez trilhas de filmes e espetáculos; em 1978, por exemplo, passou a apresentar o “Forró Forrado”; participou do Projeto Calunga (1980), ao lado de Chico Buarque e outros artistas, realizou inúmeras apresentações em Angola; em 1985, participou do show inaugural do Projeto Pixinguinha Seis e Meia (SP).
Carcará – Bethânia, 1965
Palácio dos Leões/Palácio do Governo maranhense
Quadro, ao lado direito, retrata o retorno, naufrágio e morte
de Gonçalves Dias, autor da célebre "Canção do Exílio": "Minha
Terra tem palmeiras onde canta o sabiá; as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam
como lá. (...) não permita Deus que eu morra sem que eu volte para lá"
Dele também:
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.”
Dele também:
Lençóis Maranhenses
Lençóis Maranhenses: 2005
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A cultura maranhense é um verdadeiro caldeirão de ritmos, talentos, cores, texturas e sabores, que também encerra um grande potencial para o turismo cultural, histórico e religioso.
“Lençóis maranhenses: nenhum cenário do mundo se compara ao que encontramos ali!" _ Gláucia Lima
É a maneira que encontro para resumir minhas impressões depois de estar
ali. A imensidão da
paisagem e a felicidade toma conta de nós a cada nova lagoa que aparece em meio
às dunas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. É emoção indescritível!
Balsa: percurso de Barreirinhas para o Parque Nacional |
Ao visitar os Lençóis Maranhenses, pela primeira vez, tive Barreirinhas como base para fazer os passeios pela região.
Foi o ideal para ver boa parte do Parque Nacional, considerado o maior parque de dunas do Brasil. A
área protegida é enorme, porém a região dos Lençóis Maranhenses é ainda maior
que o Parque Nacional. Entre os passeios mais procurados por lá estão o Circuito
da Lagoa Azul, o Circuito da Lagoa Bonita e a visita à Lagoa das Emendadas, foi
o que consegui fazer.
LINDAS E PARADISÍACAS PAISAGENS
Nós contamos com o auxílio de um Guia por todo o percurso |
Lindas paisagens,
águas transparentes e areia sempre fina e muito branca marca o paradisíaco
caminho percorrido. Mas, pra chegar até lá, percurso é feito em
veículos 4x4. E, se não bastar tanta beleza por terra, ainda é possível
apreciar a imensidão dos Lençóis Maranhenses em um sobrevoo, coisa que não tive
tempo de fazer. Experiência inesquecível que ousei em Canoa Quebrada, famosa praia cearense em Aracati!
Assistir a um pôr do
sol no alto das dunas ou dentro de uma das lagoas, se você for afeito à
natureza, não será difícil cair de amores pelo lugar. Mesmo que seja um bate e volta a partir de São
Luís, tal qual eu fiz, já vale a pena para curtir a maior, no meu ver, maravilha
do Brasil, bem empate com a Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco e a Praia de Jericoacoara.no
Ceará. E, estão todas bem aqui, no Nordeste brasileiro.
“Difícil não passar pelo Estado sem arriscar uns passinhos de reggae, resistir ao batuque do tambor de crioula, ou mesmo aderir ao movimento das dunas nos Lençóis maranhenses” Gláucia Lima
Miscigenação cultural influencia música e dança no Maranhão
Clima caloroso e paisagens litorâneas fazem do Maranhão um destino de sol, praia e muito charme. Mas um dos elementos mais envolventes da cultura do estado é humano.
A miscigenação cultural que marcou a colonização da região está expressa também na diversidade de sons, ritmos e danças típicas maranhenses.
Litoral em São José de Ribamar (30 km de
São Luís)
|
Identidade cultural - Reggae, Tambor de Crioula, MPB (tradicional
e contemporânea)
Alcione e Zeca
Baleiro são nomes, indubitavelmente, de músicos e intérpretes mais
conhecidos da MPB - Música Popular Brasileira do Maranhão da atualidade, dispensam
apresentações.
Catulo da Paixão Cearense, grande expressão musical brasileira do “Choro” e “Modinha”, este
poeta, músico e compositor, filho de cearense com maranhense é autor da famosa
composição Luar do Sertão.
Catulo da Paixão Cearense,
Catulo da Paixão Cearense |
Luar do Sertão com Luiz Gonzaga e
Milton Nascimento
Reggae, Tambor de Crioula, Dança do Lêle, Caroço, Dança Portuguesa, dança de São Gonçalo, Dança do Coco, Cacuriá e Bumba-Meu-Boi que é um
espetáculo a parte, são algumas das danças e brincadeiras que convidam o
público a cair na festa em qualquer dos diversos arraiais espalhados pela
cidade.
Apesar de não
estarem na mídia, o que de certa forma resguarda sua espontaneidade e originalidade,
estão na alma e nas raízes do povo desta terra que tão bem sabem brincá-las.
Difícil não passar pelo estado sem arriscar uns passinhos de reggae,
aderir ao balanço do bumba-meu-boi ou mesmo resistir ao batuque do tambor de
crioula.
Por isso, para você que já conhece ou pretende visitar o Estado,
listamos algumas das principais manifestações para ficar por dentro e fazer
bonito no balanço.
Maranhão, terra da mítica radiola é a Jamaica brasileira
Reggae - Originário da
confluência de ritmos africanos e caribenhos, é um ritmo que se popularizou na
periferia de São Luís, mas já conquistou o estado. O ritmo é ideal para dançar
a dois com passos que lembram merengue, bolero e forró.
Museu do Reggae - "A instituição é o reconhecimento oficial do ritmo como elemento da cultura maranhense", pontua o pesquisador Ademar Danilo, diretor do primeiro museu sobre o reggae fora da Jamaica. O sobrado do século 18 tem uma biblioteca e cinco espaços de exposição.
No acervo, está a mítica radiola de Serralheiro, DJ maranhense que ajudou a popularizar o estilo em São Luís e morreu no ano passado, aos 70 anos.
Sistemas de som da ilha regueira - Os
maranhenses vivem e produzem o reggae com tanta intimidade que até parece
que a origem de tudo começou ali. A "rapaziada" local até se gaba do seu jeito próprio de dançar.
Museu do Reggae - "A instituição é o reconhecimento oficial do ritmo como elemento da cultura maranhense", pontua o pesquisador Ademar Danilo, diretor do primeiro museu sobre o reggae fora da Jamaica. O sobrado do século 18 tem uma biblioteca e cinco espaços de exposição.
Voz de Ouro Canarinho |
Imagem: Radiola de um dos
sistemas de som da ilha regueira
|
A
sonzeira na cidade é atualmente garantida por mais de 200 radiolas — nome
dado às equipes de som — formadas por DJs e aparelhagens com dezenas de
potentes caixas amplificadoras empilhadas. A história que se conta é que já na
década de 1950, por conta da proximidade geográfica, um certo pessoal do
Maranhão conseguia captar ondas-curtas de rádio emanadas do Caribe, e assim o
reggae e outros ritmos teriam chegado até lá. Mas é claro que turistas,
emigrantes e marinheiros contrabandistas também tiveram sua parcela de
influência.
Só que em
São Luís a pegada é mais cadência e menos pancada do que em Kingston, numa onda
de romantismo e sensualidade bem brasilzão.
São Luís abre o Museu do Reggae, reconhecimento de uma influência cultural de meio século (Carta Capital - 03/12/2017 - https://www.cartacapital.com.br/revista/980/maranhao-a-jamaica-brasileira)
Um
sobrado do século XVIII na Rua da Estrela, em São Luís do Maranhão, tornou-se a partir de 18 de janeiro de 2018 a sede do
primeiro Museu do Reggae fora da Jamaica. O sobrado, fruto da expansão
algodoeira do Maranhão a partir de 1755, era uma edificação que vinha sendo
utilizada para fins burocráticos.
Inaugurada com uma festa na praça que ladeia o prédio, a já famosa Praça do Reggae, enxurrada de bandas,
radiolas, DJs, cantores, tendas de moda e acessórios, trancistas (cabeleireiros
especialistas em dreadlocks e cortes afro), culinária e artesanato. Museu
do Reggae é material e imaterial. O acervo material compõe-se de relíquias de
colecionadores, parte comprada e parte doada. São discos raros de vinil, além
de roupas, acessórios, gravações raras em vídeo, fotografias e outras
preciosidades.
1ª Guitarra da
Tribo de Jah
A
banda pioneira Tribo de Jah, criada
há 31 anos no Maranhão, doou ao museu a guitarra usada em seu primeiro show.
Outra peça do acervo é a mítica radiola (sound system) de Edmilson Tomé da
Costa, o Serralheiro, que era o mais antigo DJ em atividade no Brasil quando
morreu, em abril, aos 70 anos, após ter ajudado a popularizar o gênero. Ele fez
17 viagens à Jamaica nos anos 1970 para garimpar discos e
montou uma discoteca com 5 mil vinis.“Reggae night/ we come together when the feelin’s right - Jimmy Cliff - “Noite de reggae/ a gente cola junto quando o sentimento bate”, em tradução licenciosa.
Já o acervo imaterial é composto dos registros que documentam um caso
extremado de paixão cultural: memórias em depoimentos gravados com os
principais personagens da cena reggae ao longo dos tempos, livros, artigos,
teses, dissertações digitalizadas.
Além de acordos com museus e casas de cultura públicas e privadas de
Kingston, o museu brasileiro acertou empréstimos dos acervos do Museu Bob Marley, do Museu Peter
Tosh e do Museu da Música da Jamaica. “E em breve teremos uma exposição
temporária do Museu Bob Marley”
Célia
Sampaio – Mulher nº 1 do Reggae
Bob Marley – Homem nº 1 do Reggae
Reggae – gênero musical é interlocutor social, cultural e turísticoBob Marley – Homem nº 1 do Reggae
Depois de décadas como expressão
legitimada pelo povo, o Museu do Reggae ainda significa um reconhecimento, pelo
poder público, do gênero musical como interlocutor social. “Essa é uma das
grandes conquistas do movimento reggae do Maranhão. O governo, que antes
atacava através do aparato de repressão, hoje reconhece a importância do reggae
para o turismo e a cultura”
Ouvi "No Woman, No Cry" numa barraca de praia e perguntei ao dono quem
estava cantando, lembra Gil. “Ele me disse que era Jimmy Cliff, um músico que eu
conhecera em Londres.” Dali surgiria "Não Chore Mais", a inestimável versão de
Gil para o sucesso gravado primeiro por Bob Marley, em 1974.
Não Chores Mais - Gilberto Gil
Mais sobre o Reggae e seus ÍconesO reggae é um estilo musical nascido
em uma conhecida ilha do Caribe, a Jamaica. Nação insular localizada no "mar das
Caraíbas" - Mar do Caribe.
O cantor e compositor Bob Marley é um dos maiores ícones deste ritmo, o mais
conhecido em todo lugar, quando se fala em reggae, automaticamente se relaciona
Bob Marley, até mesmo nos dias de hoje ainda faz sucesso.
Cores
Um dos símbolos mais óbvios dos Rastafári são
as cores.
Amarelo, preto, vermelho e verde simbolizam as cores do reggae. Este estilo
musical surgiu nos chamados “bairros de lata” da Jamaica, que se tratavam de
bairros da periferia com enormes quantidades de barracões de zinco, como o som
do gueto. O reggae foi uma maneira que os negros encontraram para mostrar sua
insatisfação com a realidade vivida por eles e manifestar sua revolta com o
preconceito sofrido e assim criar forças para mostrar que suas raízes também
eram valiosas. Com o reggae vieram ventos de renovação de idéias, atitudes
novas surgiram até mesmo no modo de se vestir.
Existem mais de 100 salões de reggae espalhado em toda capital maranhense,
inclusive, em áreas nobres de São Luís. O reggae é frequentado por todos:
negros, brancos, jovens, adultos e pessoas da terceira idade.
Quando alguém fala do ritmo,
os ludovicenses já o relacionam a
lazer, alegria, modo de se divertir com os amigos. Em São Luís, quem gosta de
reggae é regueiro que busca curtir as melhores pedras.
Cores
Existem mais de 100 salões de reggae espalhado em toda capital maranhense, inclusive, em áreas nobres de São Luís. O reggae é frequentado por todos: negros, brancos, jovens, adultos e pessoas da terceira idade.
Zeca Baleiro - Pedra de
Responsa
“O ritmo se divide em três subgêneros: o Reggae Roots (reggae de raízes), o Dancehall Reggae, que é ligado constantemente à religião; e o Reggae Eletrônico, mais recente e ouvido pelos Maranhenses”.
Tambor de Crioula - A dança
folclórica de origem africana é um rito de louvor a São Benedito. Os movimentos
são alegres e livres, na cadência de tambores rústicos. Pode ser realizada em
qualquer data do ano, mas, preferencialmente, em lugares ao ar livre.
O Tambor de Crioula é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira
que envolve dança circular, canto e percussão de tambores rústicos. Seja ao ar
livre, nas praças, no interior de terreiros, ou associado a outros eventos e
manifestações, é realizado sem local específico ou calendário pré-fixado e
praticado especialmente em louvor a São Benedito.
Dança do Coco - Originária do
canto dos trabalhadores nos babaçuais, é uma dança de roda, com acompanhamento
de pandeiros, ganzás, cuícas e das palmas dos que formam a roda. O ritmo é
simples e tem como indumentárias pequenos instrumentos simbolizando as
ferramentas de trabalho.
Cacuriá - Outra dança
típica do estado, surgiu como parte das festividades do Divino Espírito Santo,
tradição junina. Em pares e formação circular, é realizada ao ritmo de
instrumentos de percussão, as caixas do Divino.
Bumba-Meu-Boi - O bumba-meu-boi,
brincadeira existente em outros estados, tem aqui características bem
particulares e a principal é que se expressa em três estilos bem diferentes que
são chamados de Sotaque. São eles o Sotaque de Zabumba, de Matraca e de
Orquestra, cada um com origem em regiões distintas do estado e que se
diferenciam pela expressão musical, cada qual valorizando um ritmo e um
instrumento.
Agora é escolher o ritmo e dançar muito!
Tambor de
Crioula no Maranhão - Parte 1 –
Inscrito no Livro das Formas de Expressão, em
2007, esse bem imaterial inclui-se entre as expressões do que se convencionou
chamar de samba, derivadas, originalmente, do batuque, assim como o jongo no
Sudeste, o samba de roda do Recôncavo Baiano, o coco no Nordeste e algumas
modalidades do samba carioca. Além de sua origem comum, constatam-se, entre
essas expressões do samba, traços convergentes na polirritmia dos tambores, no
ritmo sincopado, nos principais movimentos coreográficos e na umbigada.
Tambor de Crioula no Maranhão
- Parte 2 -
Destaques do Maranhão na área literária,capazes de transcrever em palavras, relatos, histórias, fantasias, sentimentos e vivências
Alguns autores literatos que se destacam na literatura ludovicense, maranhense e nacional: Os irmãos Arthur e Aluísio Azevedo, Gonçalves Dias, Graça Aranha, Ferreira Gullar
“Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.” Gonçalves Dias
Gonçalves Dias - quem nunca
ouviu falar em “Canção do Exílio” deste célebre
autor, poeta, professor, crítico de história, etnólogo.
Pela obra lírica e indianista, Gonçalves Dias é um dos mais típicos
representantes do Romantismo brasileiro e forma, com José de Alencar na prosa,
a dupla que conferiu caráter nacional à literatura brasileira.
“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(...)
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
(...)” Canção do Exílio
Odorico
Mendes, Gomes de Sousa, Oliveira da Silva, Rossini Correa,
Graça
Aranha - autor de uma das obras mais relevantes da literatura brasileira: “Canaã”.
Nesta obra, ele narra como se desenrola a existência em uma colônia de imigrantes
europeus no Espírito Santo. Graça Aranha foi um dos fundadores da ABL - Academia Brasileira de Letras, tornando-setitular da cadeira número 38 mesmo sem ter ainda produzido nenhuma obra.
Nauro Machado - poeta autodidata que retratou através da arte sua visão e sentimento do mundo.
Aluísio Azevedo - “O Mulato”, célebre obra que inaugura o Naturalismo na literatura brasileira, autor também de “Casa de Pensão” e “O Cortiço”.
Responsável pelo início do naturalismo no Brasil, o romance “O Mulato” denuncia do preconceito racial na sociedade maranhense e da corrupção do clero.
O livro irritou os comprovincianos de
Aluísio a ponto de o escritor resolver mudar-se para a Corte, onde faria
sucesso. Encontra-se atualmente em domínio público de acordo com as leis
autorais do Brasil.
O romance nos fornece uma boa visão do meio maranhense da época.
Raimundo é mulato, mas ignora a própria cor e a sua condição de filho de
escravo. Sendo doutor, estudara na Europa, não consegue entender as reservas
que lhe faz a alta sociedade de São Luís. O personagem é dotado de encantos e
poder sedutor junto às mulheres; o que não deixa de, pela idealização,
aproximá-lo das personagens românticas.
Ferreira
Gullar - "Poema sujo", uma das suas principais obras,
é escrito entre maio de outubro de 1975. No ano seguinte, sem a presença do
poeta, o "Poema sujo" é lançado. Em 2002, é indicado ao Prêmio Nobel
de Literatura por nove professores titulares de universidades de Brasil,
Portugal e Estados Unidos.
" (...)
Que importa um nome a esta hora do anoitecer em São Luís
do Maranhão à mesa do jantar sob uma luz de febre entre irmãos
e pais dentro de um enigma?
mas que importa um nome
(...)" trecho de "Poema Sujo" - Ferreira Gullar
"TRADUZIR-SE"
Poema de Ferreira Gullar - Música de Raimundo Fagner
(Album : Fagner - Traduzir-se, 1981)
Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem
fundo.
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa e pondera
Outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem.
Traduzir-se uma parte na outra parte
- que é uma questão de vida ou morte
-
Será arte ?
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte, linguagem.
Traduzir-se uma parte na outra parte
- que é uma questão de vida ou morte
-
Poema de Ferreira Gullar - Música de Raimundo Fagner
Uma parte de mim é todo mundo
Fagner -Traduzir-se (ao vivo)
Reviver
Gláucia Lima no Reviver |
Área de preservação do
Patrimônio Histórico de São Luís, o Centro Histórico de São Luís, conhecido como
Reviver tem um belo conjunto arquitetônico, possui uma característica
interessante em relação a outras cidades históricas: as fachadas ornamentadas
por azulejos vindos de Portugal, uma forma de proteger as construções da chuva,
do vento e do calor.
_Fontes diversas de
pesquisas _Portal Brasil; Carta Capital; etc. e impressões pessoais do Blog Ser ¡Voz! por Gláucia Lima a partir de visitação ao Estado do Maranhão (São Luís, São José de Ribamar, Barreirinhas e Lençóis Maranhenses).
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