📝Sobre
a especial noite de autógrafos, foi regada a música, poesia, livros e alegria
na Livraria Lamarca na última sexta-feira (12), algumas imagens falam melhor do
deleite de encontros e reencontros. Sobre a especial noite de autógrafos, foi
regada a música, poesia, livros e alegria na Livraria Lamarca na última
sexta-feira (12), algumas imagens falam melhor do deleite de encontros e
reencontros.
Organizada
e promovida pela Mentoria das Letras, produtora da obra: Sonho – Uma Ponte do
Consolador, livro II da Trilogia de Gláucia Lima, passa agora a compor o acervo
da Lamarca, juntamente com outras obras da escritora, a ver:📚 livro I
da trilogia, Sonho – Uma Percepção da Verdade; ENSEÑANZA DE LENGUA ESPAÑOLA EN
UNA PRÁCTICA SOCIOCULTURAL A TRAVÉS DE CANCIONES – Español Caribeño; CAJUEIRO
PEQUENINO - Livro/CD – da autora em parceria com Vera Camelo e Ilustrações do
Poeta Arievaldo Vianna.
Nossos
agradecimentos às pessoas presentes e que abrilhantaram a noite de sexta-feira:
o cantor/compositor Gildomar Marinho; o escritor/professor Kelsen Bravos; a
escritora/terapeuta Vera Alves Camelo; e, a escritora/psiquiatra Drª. Marluce
Oliveira. Roda de Conversa com música, poesia e depoimentos com tema
inspirador. Perdas: Superação e Resiliência. Lugar agradabilíssimo na Livraria
Lamarca – Marque seu encontro e tome um delicioso café, papeando e apreciando
as publicações. Lamarca fica na Av. da Universidade, 2475 - Benfica,
Fortaleza/CE.
Sempre
lembrando: Toda a renda das obra da autora é revertida para os projetos
socioculturais do Instituto Tonny Ítalo. Ajude o InsTI a Ajudar!
PS: Sem fins lucrativos e sem
fonte de renda, o Instituto Tonny Ítalo é mantido, exclusivamente, com a
colaboração voluntária e solidária
Ajude o InsTI a Ajudar! Chave PIX ⇰ CNPJ 23.866.308/0001-10
'Eles são muitos... Morreu metade do
meu povo', diz líder
indígena Davi Kopenawa Yanomami
'Sem índio, vocês vão sofrer também.
Índio não vai morrer sozinho', diz Davi Kopenawa Yanomami, ao defender que há
poucos indígenas para proteger a terra para o mundo inteiro. A falta de comida
é doença do garimpo, resume Davi, indicando que o modo de vida Yanomami está
sendo drasticamente afetado (Cristiano Mariz/O Globo)
Davi Kopenawa Yanomami, o xamã que
dedica a vida à luta pela preservação de seu povo e do maior território
indígena do país, está de luto. Mais de 570 crianças Yanomami morreram em
consequência da contaminação por mercúrio do garimpo ilegal, de subnutrição,
diarreia, verminoses, doenças respiratórias e malária nos últimos quatro anos.
“Minha
esperança é o presidente Lula”
Foto: Ricardo Stuckert
“Minha esperança é o presidente Lula,
que, acho, está preparando o plano de retirada dos 70.000 garimpeiros da Terra
Yanomami”, estima o líder indígena. “Tem que ser urgente. A doença não demora.
A fome também não.”
Davi Yanomami deixa claro que a
desnutrição é consequência da invasão de garimpeiros, que contamina rios com
mercúrio e prejudica a pesca. O barulho dos aviões e das máquinas, e a
violência do garimpo, espanta a caça e dificulta a coleta de alimentos nas
roças indígenas.
“A
falta de comida é doença do garimpo”, resume, indicando que o modo de vida
Yanomami está sendo drasticamente afetado. “A fome não chega sozinha. A fome
chega com a destruição”, diz. “Eles são muitos, nós somos poucos. Morreu metade do meu povo”, conta,
referindo-se ao impacto de invasões passadas. Davi diz que o problema não é de
hoje, mas se agravou nos últimos quatro anos. “O governo Jair Bolsonaro não
quis tirar, e senadores, deputados, ficaram junto com os garimpeiros”, diz.
“Esse garimpo que está na terra Yanomami é obra do governo”.
“O rio é o caminho do garimpo”, diz o
xamã, indicando os lugares onde a ilegalidade está mais próxima. “Passam muitas
canoas, mercadoria, gasolina, comida, bebida. Entra tudo na balsa, bebidas,
drogas. Foram colocando barracas na beira do rio e estragou tudo. Não é como antigamente.
Parece um lixo”, resume, dizendo que o garimpo de hoje “é de gente grande, com recursos”.
Denuncia ainda a presença do tráfico e a violência sexual com mulheres
indígenas. “É pouco índio que está protegendo a terra para o mundo inteiro. Sem
índio, vocês vão sofrer também”, alerta. “Índio não vai morrer sozinho. Vamos
morrer junto com a água, floresta, a cultura", alertou Davi Yanomami, 66
anos, em entrevista ao Valor pouco antes de embarcar aos Estados Unidos, a
convite da Fundação Cartier, para a abertura da exposição “The Yanomami
Struggle”, no The Shed, em Nova York. Com curadoria do Instituto Moreira
Salles, será a maior exposição sobre o trabalho e a amizade da artista Claudia
Andujar com os Yanomami. “Estou preparado para falar sobre o que está
acontecendo com meu povo. Muita gente quer ouvir a minha fala”, diz Davi.
Ele estará com o antropólogo Bruce
Albert, com quem escreveu “A Queda do
Céu”. A estadia começa pela Universidade de Princeton. Lá, serão recebidos
pelo presidente Christopher L. Eisgruber e diretores de vários departamentos e
institutos, como o Brazil Lab.
_Trechos da entrevista:
Homem da cidade O
homem da cidade é diferente. Não conhece o meu povo. São mais de 522 anos que o
homem da cidade vem invadindo, estragando nossas terras e comunidades,
estragando a saúde da floresta. Quando eu era pequeno, com 3 ou 4 anos, isso já
aconteceu. Eles tomaram as nossas terras e continuam roubando. São acostumados
a maltratar o povo da floresta. Nós estamos ocupando nosso lugar, que é bonito,
tem água limpa, montanhas, mas eles precisam usar as madeiras, a biopirataria.
Impacto
da estrada Em
1973, passou estrada dentro da floresta Yanomami (a BR-210, conhecida por
Perimetral Norte). Derrubaram milhares de árvores e estragaram igarapés e rios.
Foi o caminho dos invasores, o caminho da entrada da doença, da gripe, da
bebida. Homem da cidade que vem andando e não respeita. Ele vai cortando
madeira, fazendo desmatamento, e vai se interessando na nossa terra, que é um
lugar bonito. Isso continua se repetindo.
Sarampo Quando
entrou a estrada, entrou o sarampo. Em 1975-76, o sarampo matou meus parentes no
Catrimani (nome de rio e região em Roraima), Ajarani (rio em Roraima), Maturacá
(comunidade no Amazonas). Nesse tempo o meu povo era numeroso, tinha muitos
Yanomami. Aí continuaram maltratando. Entraram os invasores, que se chamam garimpeiros.
Não tem o porco que cria no campo, que fica fazendo buraco, procurando? Os homens
garimpeiros são assim. Procuram pedras preciosas, diamante, cassiterita e ouro.
Pegam e vendem na cidade.
Malária Em
1986, entrou outro garimpo muito forte. Eram 40 mil garimpeiros que estragaram
nossos rios, nosso roçado e nossa saúde. Demorou um pouco e começou a entrar a
doença que chama malária. O homem da cidade entra contaminado, carrega as
doenças no corpo e fica transmitindo.
Foi muito forte. Eles são muitos, nós
somos poucos, e poucos parceiros da cidade. Morreu metade do meu povo. Morreu
mulher, idoso, criança, moça. Foi durante 1986 e 91 e 92. Eles entram de
qualquer jeito. Não ficam com pena. Não gostam de índio. Poucas pessoas gostam.
Território
só no papel Depois
os garimpeiros foram retirados pelo governo e a Terra Yanomami foi homologada e
demarcada. Nossas terras estão demarcadas, mas não estão respeitando. Governo homologou
no papel e pronto, não garantiu. E garimpeiro entrou de novo.
Eu, com meu grupo e meu filho (Dário
Yanomami), e a Hutukara Associação Yanomami começamos lutando. Denunciando,
mandando documento para o Ministério Público e avisando, ‘olha, os garimpeiros
estão entrando. O governo tem que tirar de novo. Senão, vai aumentar muito’.
Foi assim em 2014, 15, 16, 17, 18. Hoje, 2023, os garimpeiros estão lá. Nunca
saíram. Governo estragou a Funai.
A Funai, que é fundação para proteger
os índios, enfraqueceu. O governo Bolsonaro estragou a Funai, que nos protegia.
E então aconteceu isso.
O
povo da cidade não se mexeu No
ano passado, em 2022, começou a sair a notícia (da situação dos Yanomami) na
televisão, no jornal. E nós lutando, denunciando. Mas o povo da cidade não se
mexeu, não acreditou. Jair Bolsonaro não queria que o povo da cidade se mexesse.
Deixaram acontecer. Esconderam que estavam maltratando os Yanomami, que fomos
ficando doentes, Yanomami morrendo, criança maltratada. O governo ficou na
contramão.
O
rio é o caminho do garimpo Eu
estou na comunidade Watoriki, junto com meu povo, não vou abandonar. A
comunidade Watoriki fica longe do garimpo. O garimpo fica mais perto do rio
Uraricoera. Ali é o caminho dos garimpeiros. Passam muitas canoas, mercadoria,
gasolina, comida, bebida. Entra tudo na balsa. Foram colocando barracas na
beira do rio e estragou tudo. O rio Mucajaí, acabou (garimpeiros fizeram uma
mudança no trajeto do rio). Não é como antigamente. Parece um lixo. Quando
chove, a água fica parada. Cria mosquito e vem doença.
70
mil garimpeiros Na
cabeceira do Uraricoera está muito feio. Aumentou muito o número de invasores.
Para mim são 70 mil garimpeiros que estão na Terra Yanomami. Muito avião que
vem, helicópteros, e armas de fogo. Entrou tudo, a bebida e a droga. E nós
lutando, a gente pedindo. O governo Jair Bolsonaro não quis tirar, e senadores,
deputados, ficaram junto com os garimpeiros. Eles queriam acabar com o nosso
território Yanomami. Deixar a gente morrer e depois pegar o território, esse é
o jogo do político. Esse garimpo que
está na terra Yanomami é obra do governo.
Estou
de luto Começaram
a morrer as nossas mulheres. Quando pai e mãe morrem, a criança fica doente, não
sabe procurar comida. Não levanta. As crianças estão doentes porque o garimpo
está perto das comunidades e os pais não têm como pescar. Não tem peixe,
garimpo mata tudo. Garimpo, dentro da Terra Yanomami, é muito forte para nós.
Estou muito chateado e bravo. A minha alma, junto com minha Mãe Terra, está de
luto por causa dos nossos filhos. Não tem mais remédio, não tem mais roçado
para coletar comida. A responsabilidade é do governo. Governo tem dever de
cuidar do povo Yanomami.
É
gente grande O
garimpo hoje é diferente. Tem apoio de gente grande, gente que tem bastante
dinheiro. Eu sou ‘sonhador’, sou
pajé da minha comunidade. Estou sonhando (visualizando) que estrangeiro está
negociando com a troca de ouro. Quem está nos matando é o povo de fora.
Senadores, deputados e governadores, eles são culpados. O dinheiro está matando
a floresta, os rios e o ambiente. Tem muito traficante. Em 2021 atiraram numa
comunidade. É por isso que estavam escondendo, deixando os Yanomami morrer, e
ficaram calados. Mas agora vocês estão ouvindo e ficaram preocupados.
Retirada
urgente O
presidente Lula, que também sofreu, foi preso, prometeu tirar todos os
garimpeiros da Terra Yanomami. A minha esperança é essa. Acho que Lula está
preparando o plano de retirada dos 70 mil garimpeiros da Terra Yanomami. Tem
que ser urgente. A doença não demora, fome também não. Estou esperando Lula
preparar a Polícia Federal, o Exército, o Ibama e todos que estão querendo
salvar o povo Yanomami. Não podemos morrer todos. Queremos que o governo tome
providências urgentes esse ano. Essa é a minha fala.
Coronavírus Em
2020, aconteceu a doença que matou tantos do povo da cidade e que se chama coronavírus.
Na língua Yanomami é um morcegão, um espírito ruim para todo mundo, não só para
o índio. A doença atacou e matou muita gente. Esse governo que estava não
cuidou de vocês, não nos cuidou, não cuidou da floresta, nem da Mãe Terra. A
doença não vai acabar. Está no mundo inteiro. Vai e volta.
Médico
não vem pra floresta Na
Terra Yanomami está muito ruim. Não tem remédio nem médico. Médico não quer trabalhar
na floresta, só quer trabalhar na cidade. E a falta de comida é doença do
garimpo, porque o garimpo ficou perto, na beira do rio. Viu o buraco lá na
Serra Pelada? E a barragem de Belo Monte também matou o meio ambiente. Será que
Belo Monte está trazendo benefício? Isso não funciona. Só traz doença,
problema, briga, poluição.
É
como leishmaniose A
Terra não vai curar, a máquina deixou um buraco. Garimpo é como leishmaniose.
Nunca vai sarar, a doença continua. Se o governo federal e os médicos não
cuidarem das minhas crianças, vão acabar morrendo. Eu não quero que morra todo
mundo. O garimpo está mudando a nossa cabeça. A cultura e o pensamento do
não-indígena são muito fortes para nós.
Cesta
básica e anzóis O
nosso roçado é pequeno. Fica todo mundo comendo macaxeira, banana, cará e
acaba. O garimpo continua lá e os parentes que estão no Uraricoera, rio Apiaú,
no Ato Catrimani, ficaram envolvidos com eles. Garimpeiro estava dando resto de
comida para eles.
O povo da cidade está falando que a criança Yanomami está morrendo de fome. Não
é isso. Eu, Davi, nunca morri de fome. Foi o garimpo que deixou muita coisa
ruim nas nossas comunidades. Já morreram 567 crianças. Outros estão se
aguentando para não morrer. Vocês, que são nossos parceiros, se são verdadeiros
brasileiros, podem nos ajudar. Nós precisamos. O governo precisa pensar em
cesta básica para quem está com fome. Mas cesta básica não vai curar:
precisamos de machado e anzol para pegar alimento. O roçado é mais forte que a cesta
básica.
Estrada
nova Agora
abriram estrada em dois lugares na terra indígena. Não podia acontecer isso. Fizeram
a estrada para transportar ouro, madeira. O pequeno não faz isso. Só quem tem
muito dinheiro na mão consegue destruir.
Muitos
querem ouvir minha fala Vou
aproveitar a oportunidade que estou indo para os Estados Unidos e estou
preparado. Tem muita gente querendo ouvir a minha fala. Vou contar tudo o que
aconteceu na Terra Yanomami com as crianças, netos, primas, irmãos que já
faleceram e outros que ficam com fome.
Índio
não vai morrer sozinho A
fome não chega sozinha. A fome chega com o garimpo, com a destruição. Se eu
tenho esperança? Meu amigo presidente Lula vai salvar o nosso povo Yanomami e
os outros também, os munduruku, os caiapó. É pouco índio que está protegendo a
terra para o mundo inteiro. Sem índio, vocês vão sofrer também. A doença vai
voltar e começar na cidade, mesma coisa que está matando primeiro o povo
indígena. Índio não vai morrer sozinho. Vamos morrer junto com a água,
floresta, a cultura.
Crianças
nascendo pequenas O
garimpeiro que fica perto da comunidade está usando a nossa índia. Já tem
filhos misturados, e isso não é bom. As nossas índias estão doentes. A doença
fica nas crianças que estão na barriga das mulheres. Crianças Yanomami estão
nascendo pequenas. É a doença transmitida pelo garimpeiro que usa mercúrio.
Está acontecendo isso e estamos com medo. Estou preocupado com as nossas
crianças indígenas que nascem na cidade, e a mulher da cidade que não tem filho
está adotando. Isso não pode.
Pagar
pelo erro A
doença está toda espalhada e o problema está aumentando muito. Não queremos perder
o lugar onde nascemos e criamos os nossos filhos. Quem matou o meio ambiente e
também estragou o Palácio, o Congresso Nacional, será que são bons? Precisa
botar na cadeia para pagar erro.
Por Daniela Chiaretti, Valor — São Paulo - 29/01/2023
(Valor Econômico/Brasil)
Quem são os Povos Yanomami?
Lula decide visitar crianças Yanomami
acompanhado por três Ministros.
GOVERNO PUBLICA REGRAS PARA ENDURECER
FISCALIZAÇÃO NO ESPAÇO AÉREO YANOMAMI – Noticias UOL A portaria da Aeronáutica estabelece
os procedimentos a serem observados pelos órgãos que compõem o Sistema de
Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) com relação aos tráfegos aéreos
suspeitos de ilícito no espaço aéreo do território Yanomami.
O
ato lista uma série de situações que serão consideradas para classificar uma
aeronave como suspeita, como:
üvoar com infração das convenções, dos
atos internacionais ou das autorizações,
üvoar sem plano de voo aprovado,
ünão exibir marcas de nacionalidade,
ümanter as luzes externas apagadas em
voo noturno,
üvoar sob falsa identidade,
üestar furtada ou roubada, ou sob
suspeita de furto ou roubo,
üinterferir no uso do espectro
eletromagnético sem autorização ou
ürealizar reconhecimento aéreo ou
sensoriamento remoto sem autorização.
"As
aeronaves classificadas como suspeitas (nos termos descritos na portaria)
estarão sujeitas às medidas de policiamento do espaço aéreo", cita o ato
assinado pelo comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno. –
Exemplo de Pai e Dignidade! Exemplo de Humanidade e Espírito Público!
Mesmo só tendo vivido entre nós por 50 anos, foram anos que
ficaram e ficarão na história, nos livros e em nossas vidas. Confiram um pouco de imagens de sua trajetória
de vida familiar, política e social neste breve vídeo:
José Marques, o prefeito do povo
Nasceu em solo do semi-árido cearense em 1922, em
plena República Velha, quando os coronéis fecharam questão a favor da política
da subserviência aos mandatários de São Paulo e de Minas Gerais. Em terras do
sertão onde prevalecia a miséria e a pobreza analfabeta diante de uma
concentração de renda desumana.
Aos dez anos assistiu à grande seca, quando a água
tardou e o seu rio de estimação secou. Seus amiguinhos perderam os pais doentes
e famintos, e outros foram embora para o campo de concentração da vizinha
Senador Pompeu. A fazenda dos pais estava mais triste, mas o menino superou o
drama como uma lição de vida. Estudou e trabalhou, obediente às orientações do
pai, Cícero, homem do povo e prestativo que foi vereador em Mombaça por duas
vezes, José trilhou exemplos e aperfeiçoou seus dons vocacionais para a vida
pública, na área da saúde e na agropecuária. Viveu e dedicou sua curta e
destacada vida ao seu povo de sua terra natal.
Mombaça que sempre esteve na boca de sua gente,
mas ali existiu uma fazendeira, Maria Pereira, no século XIX, cujo nome batizou
o antigo distrito de Quixeramobim. Em 1851 veio a emancipação, Maria Pereira
município, depois trocado o nome por Benjamim Constant (1892), retornando Maria
Pereira para, em 1943 ser agraciado com o atual.
José Marques, porém, vivenciou parte da fase áurea
do algodão, levando à beira do seu rio a tão aguardada estrada de ferro, que
transportou a sua economia agrária para a capital. Presenciou, já maduro e
admirado pelo sertanejo (ele que também era parteiro), a inauguração da estação
de trem na parte esquerda do Banabuiú. E, em 1958, eleito o vereador mais
votado.
Assim, na Recreação, ao lado da esposa,
Francisquinha, e com a chegada da filharada, recebeu seus conterrâneos mais
humildes, uma casa aberta para o povo como a seus parentes e amigos. Afinal,
aprendera com o pai como fazer política, que deveria ser voltada para o social.
De modo que, ainda que na contagem voto a voto contra os velhos meios
coronelísticos de compra de eleitores, venceu para prefeito de Mombaça, e pela
primeira vez um socialista chegava a uma prefeitura cearense. Muita festa no
largo da Matriz de Nossa Senhora da Glória.
Durante a gestão de 1967 a 1971, José Marques
deixou seu nome como um dos maiores prefeitos, levando energia elétrica e água
encanada para todos os distritos, serviço telefônico, ambos sem esperar pelos
demais governos, mas com recursos próprios do município. Sempre atento à
Educação, construiu escolas em todos os Distritos da cidade. Ele, que estudou
na Capital Alencarina, no Hospital das Clínicas (ainda não havia Faculdade de
Medicina no Estado), era funcionário da área de saúde, onde se dedicou aos mais
carentes, atendendo sem distinção a toda a população de seu Município. Lembremos
ainda do calçamento com paralelepípedo, das estradas carroçáveis e dos
aparelhos de televisão colocados nas praças por ele reformadas e criadas.
Zémarques, como era carinhosamente tratado pela
companheira de vida, dona Francisquinha, era um homem alegre e curioso. Músico nato.
Tocava diversos instrumentos, a ver: violão, cavaquinho, piston etc. Com a
professora Francisca Cavalcante Lima teve uma prole de dez. Destes, cinco
homens e cinco mulheres. Ele que vinha de uma família grande também. Pai Cícero
Marques e mãe Rita Pinheiro, tiveram uma dúzia de rebentos. Do Pai herdou, não
só o sobrenome completo, mas também a paixão pela política. Cícero Marques,
antes de migrar com a filharada para Fortaleza, além de comerciante, fora Vereador
em Mombaça por dois mandatos.
Sua contribuição poderia perdurar por mais tempo,
mas o destino o levou jovem, aos 50 anos. Uma ausência sentida pelos mais
pobres, incrédulos, que perpetuaram o nome do agricultor, parteiro e político
da Recreação. A propósito, no aniversário pelos quarenta anos da sua partida,
um Projeto de Lei mudou a denominação da histórica fazenda Recreação para José
Marques, o bairro que abençoa a entrada da sede.
A humanidade nos destina frustrações, a História nos
conta os males da política. Raros são aqueles que honram os eleitores. Mombaça,
entretanto, possui um nome que muito a dignificou. Um prefeito voltado para o
povo, sem interesses financeiros, que dignificou a prestação de serviços, com
diálogo, calma e sabedoria. Nos tempos da tecnologia, da agilidade, ainda temos
que muito a aprender com o rapaz, aquele que brincava no rio e aguardava a
chegada do trem.
Visionário, aquele a quem muitos de sua gente devota tanta
admiração, enquanto prefeito lançou campanha pela limpeza pública com coleta de
lixos etc. Assunto como sustentabilidade e meio ambiente, até então, era
distante de seu povo nos sertões daquele Estado do Nordeste. Seu estilo, único,
pacífico e humanitário deixou como legado de sua solidária história.
→ Conta um fato real que durante a
campanha eleitoral para prefeitura de Mombaça, a oposição fez “mangofa” com o
fato de José Marques já ter, àquela altura, realizado mais de 1200 partos. Seus
adversários encheram um caminhão de crianças e passearam pela cidade com os
dizeres: CRIANÇA NÃO VOTA. Após a LINDA vitória, a comemoração do ganhador foi,
também, levando um caminhão de crianças, sendo que agora os dizeres da faixa
traziam: CRIANÇA NÃO VOTA; MAS MAMÃE VOTA!
Confiram um pouco de imagens de sua trajetória de vida familiar,
política e social no Blog Ser¡Voz! JOSÉ MARQUES DA RECREAÇÃO DE MOMBAÇA
Mombaça/CE
- antiga Maria Pereira - https://t.co/Ej2jtbzEiV→ no blog Ser ¡Voz! ← Cidade situada no sertão central do
Estado do Ceará está no Nordeste do Brasil. Distante cerca de 300 km de
Fortaleza.
_História, Distritos e Bairros de Mombaça/CE; _Rio
Banabuiú atravessa a região urbana de Mombaça; _ Açude Serafim Dias; _Alguns
Filhos e Filhas de Mombaça: Silvero Pereira, Plácido Aderaldo
Castelo, Paes de Andrade, Castelo de Castro, José Marques etc.
Vamos juntes construir a
luta, a resistência e a vida! Muito Amor❤️🦋 Gláucia Lima
SONHO – UMA PONTE DO CONSOLADOR
Livro II da Trilogia de Gláucia Lima
→ 1º Lançamento: BIENAL
INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ (2022)
Sábado, dia 19 de
novembro, de 16h às 17h
Espaço Câmara Cearense do
Livro - 1º andar / Estante 1 - Centro de Eventos – Fortaleza/CE
→ ATENÇÃO: Livro tem toda
a renda revertida para os projetos socioculturais do Instituto Tonny Ítalo. Vem
conosco conhecer estas histórias de Amor & Superação.
Tem uma linda surpresa
dentro do livro. Adquira o seu!!!
Mentoria
das Letras - produção
«A obra "Sonho - Uma
Ponte do Consolador" de Gláucia Lima é um livro sobre resiliência, e
também são histórias de amor, espiritualidade e amizade. São palavras de
reflexão que, principalmente nos dias de hoje, são tão necessárias a nós.
"Que a experiência pessoal de resiliência
de Gláucia Lima nos inspire em como viver as adversidades como processos de
transformação." Drª Marluce Oliveira psiquiatra e escritora prefaciou o
livro
Uma história de vida que
gerou um grande projeto: o InsTI – Instituto Tonny Ítalo, toda a venda é
revertida para o Instituto que trabalha contra a violência, em prol da paz e
com ações de solidariedade, cultura e amor.»
Marca em sua agenda este
momento especial
na Bienal: Dia 19-11,
sábado / de 16 às 17 horas
Local: Bienal - Stand 1
da CCL
Matéria completa sobre a
obra, autora e lançamentos no blog do InsTI ↓
Criado em 02 de
fevereiro de 2012, o canal do YouTube nasce no mesmo dia que o Blog de mesmo
nome: Blog Ser ¡Voz! contando hoje com
mais de 370 mil visualizações. Canal do YouTube Ser ¡Voz!chega a 13 mil
inscrições e 4 milhões, 577 mil e 782 visualizações.
E, por que “Ser
¡Voz!”?
_ Conforme sua
descrição, que permanece desde sua criação: “Espaço que abriga, de fato, o Ser em toda Voz. Nosso
desejo e sonho: “sonhar o sonho impossível!” Lutamos por vida plena, humanizada
e digna, pela Voz da igualdade, por Solidariedade, Fraternidade. Lutamos e
defendemos o direito à Arte, ao Amor e o Planeta com toda sua diversidade.
Direito a ser igual ou diferente, Compaixão e Ação, essa é a nossa Revolução!”
O que mudou desde então?
_ Como é a vida, assim são nossos meios de comunicar:
acompanhando a dinâmica. E, com o canal não foi diferente. Após o surgimento do
InsTI – Instituto Tonny Ítalo (2015) suas atividades se intensificaram nesta
temática, em acordo com o seu próprio Estatuto Social se refere já no Art. 1º e
também no Art. 15 etc.: InsTI
não tem fonte de renda e, “...sem fins
lucrativos, constituída como instituição, destinada a mobilizar, sensibilizar,
atuar e ajudar pessoas, famílias e comunidades de forma socialmente
responsável, tornando-as copartícipes na construção de uma sociedade justa,
saudável e sustentável, não violenta, criando mecanismos para contribuir por
uma nova cultura de alegria e paz, através da arte e de práticas holísticas em
cumprimento à legislação em vigor.” E, ainda segundo, seuEstatuto Social, para ser membro do seu Conselho Deliberativo e Assembleia Geral, este
“deverá
basear-se nos seguintes requisitos: compromisso com a causa do INSTITUTO TONNY
ÍTALO, preferencialmente com perfil social, cultural, holístico, diversidade de
experiências, qualificações e estilos de comportamento, com especial atenção a
questões de gênero, princípios de tolerância, apoio às minorias, respeito à
diversidade e origem regional.”
Assim, segue o Canal
Ser ¡Voz!- Conteúdos que se
aproximem ao máximo destes propósitos humanitários, fraternos, solidários e, muito
e sempre, zelo pelas práticas da justiça social, cultura de respeito às
diversidades e às boas relações de gênero com vistas à ampla atividade cultural pra adultos, jovens e crianças, nas áreas da música, literatura etc.
Se é o nosso desejo e sonho: “sonhar o sonho impossível”,
pois, que este Espaço siga abrigando, de fato, o Ser em toda Voz!
Tem mais: Novidades ainda neste semestre marcarão o Canal Ser ¡Voz!com estréia de seu Podcast
e sua Rádio Web. Aguardem!!!
- Podcast - conteúdo em áudio, disponibilizado através de um
arquivo ou streaming, que conta com a vantagem de ser escutado sob demanda,
quando o usuário desejar. Pode ser ouvido em diversos dispositivos, o que
ajudou na sua popularização, e costuma abordar um assunto específico para
construir uma audiência fiel - broadcasting = radiodifusão
“AS DIFICULDADES FINANCEIRAS NÃO SÃO LIMITES PARA SE
ESTABELECER A CAUSA DO BEM!”
Instituto Tonny Ítalo
InsTI conta com três
espaços distintos, entretanto, interligados descritos abaixo: Espaço Justo - conforme ideal de
seu mentor; Espaço Cultura: agrega
os Espaços Arte; Criação; e, Leitura - também compõe essa estrutura, a Biblioteca
Comunitária Poeta Arievaldo Vianna (e a Videoteca da Fabíola) devidamente
cadastrada na BECE; e, Espaço Saudável.
Por que o nome InsTI –
Instituto Tonny Ítalo?
-_Tonny Ítalo Lima Pinheiro, nome completo de meu filho primogênito. Tonny
Ítalo foi retirado de nós de forma brutal no início de 2015. Era seu “sonho” (e
isso eu já até havia relatado no livro I da trilogia SONHO) criar uma
organização não governamental. Era um sonho que meu jovem filho alimentava desde a
infância e que estava envidando esforços para realizar. Foi tirado dele e,
principalmente de nós, vê-lo por em prática seus projetos sociais, e que, vem sendo
concretizado com o apoio de familiares e amig@s. Todo o trabalho do
InsTI é voluntário e toda a renda é revertida às obras de construção e
consolidação do instituto que leva seu nome. Daí, cedemos o canal de YouTube
para seguir com suas propostas culturais e sociais.
InsTI tem seus outros e próprios canais de mídias e contatos eletrônicos e
digitais: Blog; e-mail; WhatsApp; Fanpage/Facebook; e, Instagram.
“Apoiar estas ações é mais que uma atitude solidária, é uma demonstração
de comprometimento social.” InsTI
Por isso a campanha segue:
Ajude o InsTI a Ajudar! ⇰ Chave PIX - CNPJ: 23.866.308/0001-10
_Dados Bancários:
Banco do Brasil - (BB 001)
Agência: 1218-1
C/C - 61273-1
_
_Gláucia
Lima* – escritora: sou ali da Recreação, entre Mombaça, Fortaleza e Itaitinga.
Presidente do InsTI – Instituto Tonny Ítalo, sou editora do Canal e do BlogSer ¡Voz!–
mãe do João, da Gláucia Maria e do Tonny Ítalo.