“A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem.” Karl Marx
Um
espectro ronda a categoria fazendária - o espectro da dissensão obsequiosa. A
categoria fazendária sofre de uma dissidência velada, de efeitos deletérios.
Servidores que, sob o manto da união via diretoria do Sintaf, atuam na contramão dos objetivos sindicais.
Que
colega fazendário ou fazendária poderá contrapor-se frontalmente ao Estatuto do
Sintaf e, em nome de uma posição
não alinhada com os interesses da categoria, agir em condição de vassalagem aos
interesses patronais sem ser questionado ou questionada?
Que
colega fazendário ou fazendária, por sua vez, não poderá manifestar-se no mais
legítimo fórum de debates que é a Assembleia da categoria?
Que
direito tem um colega na condição de diretor do Sintaf se arvorar o poder de impedir uma filiada de se
manifestar nessa mesma assembleia? Que direito tem um colega servidor que, na
condição de diretor jurídico do Sintaf,
ameaça com truculência e publicamente uma servidora - filiada de
primeira hora à entidade sindical da categoria fazendária cuja história de
lutas em defesa da categoria só honra e dignifica essa mesma servidora?
Que
pensar quando o diretor jurídico da entidade representativa da categoria age de
forma profundamente desrespeitosa contra uma filiada, em plena assembleia,
extrapolando todos os limites da compreensão - com totalitarismo e agredindo os
princípios mais elementares da democracia, estatutários e constitucionais? Que
dizer quando um diretor do Sintaf
perde a noção de debate e não admite a divergência esquecendo completamente que
a discussão tem que ficar no campo das ideias?
O
que pensar de um colega fazendário na condição de diretor do Sintaf conduzindo a assembleia dizer ao
microfone que essa mesma filiada que se pronuncia mostrando-se indignada com a
condução do processo naquela ocasião, deva mesmo se retirar? Reproduzo ipsis litteris: “É melhor que você
saia mesmo!” Melhor pra quem, cara pálida?
Que
dizer ainda de outro diretor que – em plena assembleia – deixa a mesa de
onde conduz os debates e vai “abanar a cara” da filiada, fazendo-lhe ameaças
com o argumento explícito “vou processar você!”?
Oportunamente,
vale a pergunta: E quanto aos processos perdidos pelo Sintaf tendo à frente da Coordenação Jurídica como
responsável pelas demandas esse mesmo diretor?
Idem
a outro questionamento: E os processos que, de fato, esse mesmo fazendário
diretor do Sintaf deveria entrar
com ações em prol dos servidores e servidoras?
Não
bastasse, nessa mesma assembleia, um terceiro diretor, compartilhando a direção
dos trabalhos – condição que exige atitude ética, de retidão e respeito aos
presentes - porta-se como uma marionete, exibindo gestos burlescos e mímicas
caricatas, revelando uma postura igualmente deselegante, agressiva e
preconceituosa de gênero direcionada especialmente a mim, durante minha
intervenção naquela oportunidade.
Duas
conclusões decorrem desses fatos:
1ª
– Persiste de maneira indelével e velada na categoria fazendária a opressão de
gênero.
2ª
– É tempo de superar essa realidade retrógrada e tacanha, colonial e ignóbil, estúpida
e disparatada, desprovida de qualquer senso de habilidade e perspicácia – dadas
as necessidades, objetivos, ideais e anseios comuns a mulheres e homens. Somos
todos trabalhadores iguais – estamos sob as mesmas regras, a mesma relação de
trabalho e legislações - independente da condição temporal de um e de outro.
A
que ponto chegamos! Para superar essa realidade indesejável e indigesta, a quem
devemos recorrer?
FATO
RELEVANTE - A gestão atual do Sintaf
recebeu meu apoio durante a última campanha eleitoral (muito a
contragosto, é verdade). E não só recebeu meu apoio como foi prestigiada por
mim que até me manifestei com artigo em prol do grupo. Além de filiada, sou
mulher e sou cidadã. Ademais, sou companheira de um diretor, que mesmo presente
àquele “circo”, em nenhum momento perdeu a hombridade. Ao contrário, manteve
a dignidade e o respeito que lhe são inatos e portou-se na mais eloquente
condição ética e moral. Em nenhum momento meu companheiro faltou com o
respeito a nenhum dos presentes - em todas as instâncias e em todas as fases da
referida assembleia.
Reafirmo
meu mais autêntico repúdio e a minha mais sincera indignação às atitudes
desrespeitosas cometidas pelos diretores que agiram de forma intempestiva e
deselegante num momento que exigia de todos respeito ao contraditório e às
diferenças no campo das ideias.
Apresento
simultaneamente o meu mais cordial e afetuoso respeito aos que se portaram com
urbanidade, educação, coerência e solidariedade. Estou convencida de que,
apesar de silentes, nem todos concordaram com as violências praticadas -
inclusive meu companheiro. Compreendo que para ele foi ainda mais difícil.
Afinal, todos sabem tão bem quanto eu que ele jamais agiria com tamanho
desrespeito contra qualquer pessoa, principalmente uma mulher. Portanto, fica
mais uma pergunta: E se essa mulher fosse a companheira de um desses diretores?
Esse
levante é também um manifesto de apoio à única diretora do Sintaf com quem nos ombreamos numa luta
conjunta no Fórum de Mulheres no Fisco (FMFi), grupo onde buscamos
diuturnamente com outros companheiros e companheiras a igualdade de gêneros como
alternativa de comunhão em igualdade, fraternidade e solidariedade em todas as
esferas da sociedade e em todas as instâncias de poder.
Discursos
repetitivos, melífluos, eivados de solércia, falando de conquistas com o
governo, convites ao governo, fazendo terrorismo com a categoria! Companheiros
fazendários, a hora é de reflexão: Sindicato não é assessoria de Governo. Não
tem que fazer palanque pra Governo, não!
Ou
será que ninguém percebe o significado da expressão “vender a alma”, a
expressão “negociar a alma”?
Ainda
cabe mais uma pergunta: Quanto tempo ainda vai perdurar esse fazendário-diretor
e outros tantos na direção do Sintaf
com postura marcada pelo fisiologismo?
Engana-se
redondamente quem julga ser tamanha a parvoíce dos colegas filiados. Não se
deve confundir o silêncio de muitos com aprovação a atitudes solertes e
sorrateiras indesejáveis. Como alertava o grande Martin Luther King, nos
idos dos anos 1960, o que preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio
dos bons. Nesse diapasão, mais uma indagação: O que leva alguns a
subestimar a capacidade dos outros de perceber determinados comportamentos?
Seria apenas um insulto à habilidade de compreensão da categoria? Poupem-nos!
Ao
contrário do que alguns possam pensar, eu vou à LUTA! “hasta siempre”.
Alguém precisa se retratar. É imperiosa a necessidade para lidar com o
contraditório, com a oposição e com a crítica. Nenhuma diretoria é dona do
sindicato. O sindicato somos nós, filiadas e filiados!!! Independente da
vontade de quem quer que seja. Queiramos ou não!
Este
manifesto será divulgado e o farei chegar ao conhecimento de toda a sociedade.
Não vamos admitir silentes ao tratamento que alguns diretores me dispensaram na
última assembleia da categoria fazendária, naquela fatídica manhã de 31 de janeiro
de 2014. Outras entidades e muitos sindicatos tomarão conhecimento desse fato
torpe de que fui vítima e já estão colocando em pauta de suas Assembleias o
repúdio à agressão que sofri.
“Nada causa mais horror à ordem que mulheres que lutam e
sonham!” José Martí
FAZENDÁRIOS E FAZENDÁRIAS DO CEARÁ – UNI-VOS!!!
Coordenadora do Fórum de Mulheres no Fisco
–FMFi (leia-se: “femefi”)
Fortaleza, 3 de fevereiro de 2014
Gláucia Lima - Blog: Ser ¡Voz! – espaço que intenciona abrigar todo SER, toda ¡VOZ! http://glaucialimavoz.blogspot.com.br/
Facebook: Gláucia
Lima / Twitter: @Glaucia_Lima_
"Sonha e serás livre de espírito... Luta e serás livre na
vida." Che Guevara
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