quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

*CARTA-MANIFESTO AO SINTAF/CE

“Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor!” 
A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem.” Karl Marx
Um espectro ronda a categoria fazendária - o espectro da dissensão obsequiosa. A categoria fazendária sofre de uma dissidência velada, de efeitos deletérios. Servidores que, sob o manto da união via diretoria do Sintaf, atuam na contramão dos objetivos sindicais.
Que colega fazendário ou fazendária poderá contrapor-se frontalmente ao Estatuto do Sintaf e, em nome de uma posição não alinhada com os interesses da categoria, agir em condição de vassalagem aos interesses patronais sem ser questionado ou questionada?
Que colega fazendário ou fazendária, por sua vez, não poderá manifestar-se no mais legítimo fórum de debates que é a Assembleia da categoria?
Que direito tem um colega na condição de diretor do Sintaf se arvorar o poder de impedir uma filiada de se manifestar nessa mesma assembleia? Que direito tem um colega servidor que, na condição de diretor jurídico do Sintaf, ameaça com truculência e publicamente uma servidora - filiada de primeira hora à entidade sindical da categoria fazendária cuja história de lutas em defesa da categoria só honra e dignifica essa mesma servidora?
Que pensar quando o diretor jurídico da entidade representativa da categoria age de forma profundamente desrespeitosa contra uma filiada, em plena assembleia, extrapolando todos os limites da compreensão - com totalitarismo e agredindo os princípios mais elementares da democracia, estatutários e constitucionais? Que dizer quando um diretor do Sintaf perde a noção de debate e não admite a divergência esquecendo completamente que a discussão tem que ficar no campo das ideias?
O que pensar de um colega fazendário na condição de diretor do Sintaf conduzindo a assembleia dizer ao microfone que essa mesma filiada que se pronuncia mostrando-se indignada com a condução do processo naquela ocasião, deva mesmo se retirar? Reproduzo ipsis litteris: “É melhor que você saia mesmo!” Melhor pra quem, cara pálida?
Que dizer ainda de outro diretor que – em plena assembleia – deixa a mesa de onde conduz os debates e vai “abanar a cara” da filiada, fazendo-lhe ameaças com o argumento explícito “vou processar você!”?
Oportunamente, vale a pergunta: E quanto aos processos perdidos pelo Sintaf tendo à frente da Coordenação Jurídica como responsável pelas demandas esse mesmo diretor?
Idem a outro questionamento: E os processos que, de fato, esse mesmo fazendário diretor do Sintaf deveria entrar com ações em prol dos servidores e servidoras?
Não bastasse, nessa mesma assembleia, um terceiro diretor, compartilhando a direção dos trabalhos – condição que exige atitude ética, de retidão e respeito aos presentes - porta-se como uma marionete, exibindo gestos burlescos e mímicas caricatas, revelando uma postura igualmente deselegante, agressiva e preconceituosa de gênero direcionada especialmente a mim, durante minha intervenção naquela oportunidade.
Duas conclusões decorrem desses fatos:
1ª – Persiste de maneira indelével e velada na categoria fazendária a opressão de gênero.
2ª – É tempo de superar essa realidade retrógrada e tacanha, colonial e ignóbil, estúpida e disparatada, desprovida de qualquer senso de habilidade e perspicácia – dadas as necessidades, objetivos, ideais e anseios comuns a mulheres e homens. Somos todos trabalhadores iguais – estamos sob as mesmas regras, a mesma relação de trabalho e legislações - independente da condição temporal de um e de outro.
A que ponto chegamos! Para superar essa realidade indesejável e indigesta, a quem devemos recorrer?
FATO RELEVANTE - A gestão atual do Sintaf recebeu meu apoio durante a última campanha eleitoral (muito a contragosto, é verdade). E não só recebeu meu apoio como foi prestigiada por mim que até me manifestei com artigo em prol do grupo. Além de filiada, sou mulher e sou cidadã. Ademais, sou companheira de um diretor, que mesmo presente àquele “circo”, em nenhum momento perdeu a hombridade. Ao contrário, manteve a dignidade e o respeito que lhe são inatos e portou-se na mais eloquente condição ética e moral. Em nenhum momento meu companheiro faltou com o respeito a nenhum dos presentes - em todas as instâncias e em todas as fases da referida assembleia.
Reafirmo meu mais autêntico repúdio e a minha mais sincera indignação às atitudes desrespeitosas cometidas pelos diretores que agiram de forma intempestiva e deselegante num momento que exigia de todos respeito ao contraditório e às diferenças no campo das ideias.
Apresento simultaneamente o meu mais cordial e afetuoso respeito aos que se portaram com urbanidade, educação, coerência e solidariedade. Estou convencida de que, apesar de silentes, nem todos concordaram com as violências praticadas - inclusive meu companheiro. Compreendo que para ele foi ainda mais difícil. Afinal, todos sabem tão bem quanto eu que ele jamais agiria com tamanho desrespeito contra qualquer pessoa, principalmente uma mulher. Portanto, fica mais uma pergunta: E se essa mulher fosse a companheira de um desses diretores?
Esse levante é também um manifesto de apoio à única diretora do Sintaf com quem nos ombreamos numa luta conjunta no Fórum de Mulheres no Fisco (FMFi), grupo onde buscamos diuturnamente com outros companheiros e companheiras a igualdade de gêneros como alternativa de comunhão em igualdade, fraternidade e solidariedade em todas as esferas da sociedade e em todas as instâncias de poder.
Discursos repetitivos, melífluos, eivados de solércia, falando de conquistas com o governo, convites ao governo, fazendo terrorismo com a categoria! Companheiros fazendários, a hora é de reflexão: Sindicato não é assessoria de Governo. Não tem que fazer palanque pra Governo, não!
Ou será que ninguém percebe o significado da expressão “vender a alma”, a expressão “negociar a alma”?
Ainda cabe mais uma pergunta: Quanto tempo ainda vai perdurar esse fazendário-diretor e outros tantos na direção do Sintaf com postura marcada pelo fisiologismo?
Engana-se redondamente quem julga ser tamanha a parvoíce dos colegas filiados. Não se deve confundir o silêncio de muitos com aprovação a atitudes solertes e sorrateiras indesejáveis. Como alertava o grande Martin Luther King, nos idos dos anos 1960, o que preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Nesse diapasão, mais uma indagação: O que leva alguns a subestimar a capacidade dos outros de perceber determinados comportamentos? Seria apenas um insulto à habilidade de compreensão da categoria? Poupem-nos!
Ao contrário do que alguns possam pensar, eu vou à LUTA! “hasta siempre”. Alguém precisa se retratar. É imperiosa a necessidade para lidar com o contraditório, com a oposição e com a crítica. Nenhuma diretoria é dona do sindicato. O sindicato somos nós, filiadas e filiados!!! Independente da vontade de quem quer que seja. Queiramos ou não!
Este manifesto será divulgado e o farei chegar ao conhecimento de toda a sociedade. Não vamos admitir silentes ao tratamento que alguns diretores me dispensaram na última assembleia da categoria fazendária, naquela fatídica manhã de 31 de janeiro de 2014. Outras entidades e muitos sindicatos tomarão conhecimento desse fato torpe de que fui vítima e já estão colocando em pauta de suas Assembleias o repúdio à agressão que sofri.

“Nada causa mais horror à ordem que mulheres que lutam e sonham!” José Martí

FAZENDÁRIOS E FAZENDÁRIAS DO CEARÁ – UNI-VOS!!!

*Gláucia Lima – fazendária filiada ao Sintaf/CE
Coordenadora do Fórum de Mulheres no Fisco –FMFi (leia-se: “femefi”)
Fortaleza, 3 de fevereiro de 2014

Gláucia Lima - Blog: Ser ¡Voz! – espaço que intenciona abrigar todo SER, toda ¡VOZ! http://glaucialimavoz.blogspot.com.br/

Facebook: Gláucia Lima / Twitter: @Glaucia_Lima_


"Sonha e serás livre de espírito... Luta e serás livre na vida." Che Guevara

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