terça-feira, 23 de maio de 2017

Papa Francisco - Reflexões e Ações

PAPA FRANCISCO SEMPRE SURPREENDENDO COM SUAS REFLEXÕES:
"Paredes de hospitais já ouviram preces mais honestas do que igrejas...
Já viram despedidas e beijos mais sinceros que em aeroportos...
É no hospital que você vê um homofóbico ser salvo por um médico gay...
...A médica "patricinha" salvando a vida de um mendigo...
...Na UTI você vê um judeu cuidando de um racista... um paciente policial e outro, presidiário, na mesma enfermaria recebendo ambos os mesmos cuidados...
...Um paciente rico na fila de transplante hepático pronto para receber o órgão de um doador pobre...
São nessas horas em que o hospital toca nas feridas das pessoas que universos se cruzam em um propósito divino e nessa comunhão de destinos nos damos conta de que sozinhos não somos ninguém!
A verdade absoluta das pessoas, na maioria das vezes, só aparece no momento da dor ou da ameaça real da perda definitiva"
Hospital, local onde os seres humanos se desnudam de suas máscaras e se mostram como são em suas verdadeiras essências.
Esta vida vai passar rápido, não brigue com as pessoas, não critique tanto seu corpo. Não reclame tanto. Não perca o sono pelas contas. Não deixe de beijar seus amores. Não se preocupe tanto em deixar a casa impecável. Bens e patrimônios devem ser conquistados por cada um, não se dedique a acumular herança. Deixe os cachorros mais por perto. Não fique guardando as taças. Use os talheres novos, Não economize seu perfume predileto, use-o para passear com você mesmo, Gaste seu tênis predileto, repita suas roupas prediletas, e daí? Se não é errado, por que não ser agora? Por que não dar uma fugida? Por que não orar agora ao invés de esperar para orar antes de dormir? Por que não ligar agora? Por que não perdoar agora? Espera-se muito o natal, a sexta-feira, o outro ano, quando tiver dinheiro, quando o amor chegar, quando tudo for perfeito… Olha, não existe o tudo perfeito. O ser humano não consegue atingir isso porque simplesmente não foi feito para se completar aqui. Aqui é uma oportunidade de aprendizado.

Então, aproveite este ensaio de vida e faça o agora... ame mais, perdoe mais, abrace mais, viva mais intensamente e deixe o resto nas mão de Deus.”   Papa Francisco   

 “Quem você é para julgar o próximo?”

 “Derrube as barreiras e siga o seu caminho!”

“A melhor solução sempre surge com o diálogo”

“Você tem a força necessária para superar as suas dificuldades!”

“Suas vitórias não virão do egoísmo”

Papa Francisco 
               

              Papa Francisco, o Pároco em sua casa

Você já imaginou estar em casa, em uma tarde qualquer, toca o porteiro-eletrônico, você pergunta quem é, e respondem: "Sou o Pontífice"?
Pois foi o que aconteceu numa tarde, em Óstia, periferia de Roma, onde um "pároco vestido de branco" caminhava pelas ruas, tocando nas casas para abençoá-las.
De fato, o Papa Francisco saiu na tarde desta sexta-feira do Vaticano e foi até a periferia como sinal de proximidade às famílias residentes na região, entrando e concedendo a sua bênção para as famílias e as casas, como costumam fazer os sacerdotes a cada ano durante o período pascal.

O Pontífice quis assim, também no mês de maio, dar continuidade à iniciativa "Sextas-feiras da Misericórdia" inspirada nas obras de misericórdia corporais e espirituais realizadas pelo Papa durante o Jubileu.
A Sala de Imprensa da Santa Sé comunicou que há dois dias o Padre Plínio Poncina, Pároco de Stella Maris - uma das seis Paróquias de Óstia - havia fixado - como de costume - um aviso na porta do condomínio de casas populares, advertindo às famílias de que passaria para conceder a bênção pascal.
Foi tão grande a surpresa quando, ao tocar a campainha, ao invés do pároco, apresentou-se o Papa Francisco.
Assim, o Papa "tornou-se um Pároco" neste dia. Com grande simplicidade esteve com as famílias, abençoou cerca de doze apartamentos que formam o Condomínio de Piazza Francisco Conteduca 11, deixando como recordação um terço.
 Brincando, desculpou-se pela ‘incomodação’, garantindo porém ter respeitado o horário de silêncio do condomínio, descansando após o almoço, como diz o cartaz afixado na entrada do condomínio.
Mesmo pertencendo ao território de Roma, Óstia - com seus 100 mil habitantes - constitui um núcleo habitacional importante, acolhendo uma viva comunidade de fiéis, que convive com realidades difíceis, ligadas à vida de periferia.

PS: observem que em uma das casas o pai está vestindo a camisa do Brasil.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

JOSÉ MARTÍ

Memorial Martí - Acervo de Ser ¡Voz!
MARTÍ VIVE E A LUTA CONTINUA: 
☆28/01/1853 - †19/05/1895
ANIVERSÁRIO DO DESAPARECIMENTO FÍSICO DO 

APÓSTOLO DE CUBA.

por Maria Leite*
“Nenhum povo é dono do seu destino se antes não é dono de sua cultura.” (José Martí)
Estas significativas palavras de Martí apareceram no documento elaborado ao término do II Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, realizado em Recife, no ano de 1963, quando a burguesia, aliada ao capital estrangeiro, e o latifúndio, impenetrável às mudanças sociais, armazenavam uma crise latente. As forças populares desarticuladas não foram suficientes para resistir à barbárie. Em pouco tempo, as condições mudaram radicalmente e, mais do que nunca, o Brasil ficou distante de Cuba; “um fruto proibido” aos brasileiros.


Memorial Martí - Acervo de Ser ¡Voz!
Hoje, passados 122 anos de sua morte, o ideário de Martí ainda provoca aguçadas reflexões sobre a formação dos valores societários de Nuestra América. O fato do ideário ético-político martiano, impregnado de humanismo pedagógico, privilegiar os valores tornou-se evidente, a partir 1889, quando da publicação do primeiro número de La Edad de Oro, revista voltada para crianças do continente latino-americano. Essa obra, inteiramente escrita e editada por Martí, demonstrou o seu trabalho multiforme de autor e a iniciativa para criar nos meninos da América Latina – ameaçada pela progressiva perda de sua identidade cultural – uma consciência anticolonialista e um alto sentido de solidariedade humana. 

Memorial Martí - Acervo de Ser ¡Voz!
José Martí iniciou sua participação política escrevendo a jornais separatistas. Com a prisão de seu mestre Rafael Mendive, cristalizou-se a atitude de rebeldia contra a dominação espanhola. Em 1869, Martí foi condenado a seis anos de trabalhos forçados, mas passou somente seis meses na prisão, pois conseguiu permutar a pena pela deportação à Espanha. Dedicou-se ao estudo do Direito, obtendo, em 1874, o diploma na Universidade de Zaragoza. Entre 1881 e 1895, viveu em Nova Iorque, porém foi no México, na Guatemala e na Venezuela que alcançou o mais alto grau de identificação com a autoctonia da América, até o momento desconhecido a um filho de espanhol. No comando de um contingente de cubanos, após breve encontro com tropas espanholas no vilarejo de Dos Ríos, em 19 de maio de 1895, Martí foi atingido, morto e seu corpo mutilado. 

Memorial Martí - Acervo de Ser ¡Voz!
A trajetória de sua vida revolucionária o fez passar por vários países, proporcionando-lhe conhecimentos avançados para seu tempo nos temas da Educação. Como estudioso não apenas dos problemas da instrução e ensino em Cuba, mas de todos os países de continente americano, onde teve a oportunidade de viver e adquirir informação, Martí elaborou um pensamento pedagógico, com a urgência da sonhadas Repúblicas. A síntese desse ideário constitui, até hoje, um paradigma para a educação de nossos povos. Indiscutivelmente, Martí possuía um referencial teórico – que evoluiu historicamente – no qual a educação é concebida como uma estratégia para o desenvolvimento do homem. Na sua concepção, era um fato grave a Educação latino-americana seguir os padrões ou modelos dos sistemas europeus e norte-americanos, desvinculados das realidades socioeconômicas em que se aplicavam. Convencido de que “Patria es humanidad”, Martí reafirmou o imperativo para Nuestra América de um espírito diferente da América Anglo-Saxônica, na busca de uma legítima cultura ajustada à realidade latino-americana.
Memorial Martí - Acervo de Ser ¡Voz!


MARIA LEITE* (
*Maria do Carmo Luiz Caldas Leite)

Professora, integrante da Associação José Martí
Santos/SP





GUANTANAMERA, guajira guantanamera 
José Martí / Poesía - GUANTANAMERA - 

"Yo soy un hombre sincero / De donde crece la palma / Y antes de morir me quiero / Echar mis versos del alma" 


_Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=CfhMSgvsTCY   - ↑ Vídeo acima 
Guantanamera faz parte de um gênero musical muito popular nos campos de Cuba: a guajira ou punto cubano. De forte influência branca e espanhola, é a mistura dos ritmos dos filhos de espanhóis nascidos na América, os criollos.

Durante a colonização, a presença dos escravos negros no interior do país restringia-se ao trabalho nas fazendas e engenhos açucareiros. Já os imigrantes espanhóis que escolhiam viver no interior, geralmente eram campesinos que trabalhavam na terra.

O nome guajiro como sinônimo do campesino cubano vem da época em que os conquistadores espanhóis, depois de dizimar a população indígena e ainda sem os escravos negros, recorreram aos índios da região de La Guajira, entre a Venezuela e a Colômbia, para trabalhar no campo.

Não se sabe exatamente quando surgiu La Guantanamera. É uma manifestação folclórica do povo campesino. Sua origem é a cidade de Guantánamo, onde está a base naval dos Estados Unidos. O título da canção La Guantanamera significa mulher de Guantánamo.

Joseíto Fernández, conhecido trovador havaneiro, foi o primeiro cantador de guajiras que disseminou La Guantanamera na ilha. Em um programa de rádio da década de 40, chamado La Guantanamera - cujos temas eram escolhidos nas páginas policiais dos jornais - alternavam-se partes cantadas com a dramatização de crimes.

Ao concluir cada parte, repetia-se o coro: "Guantanamera, guajira guantanamera...". O programa ficou tão popular que o povo adotou a frase "me cantó una Guantanamera...", para falar que alguém contou um fato triste.

A maior parte dos estudiosos da música da ilha diz que Joseíto Fernández foi o primeiro a cantar e gravar a Poesía I dos Versos Sencillos, publicados em 1891 por José Martí, com a melodia de La Guantanamera. Mas é importante observar que Joseíto Fernández não teve nada a ver com a melodia nem com o texto da La Guantanamera como conhecemos atualmente.

Já o musicólogo cubano Tony Evora diz que a incorporação de alguns versos dos Versos Sencillos deve-se a uma versão do compositor espanhol Julián Orbón (1925-91). Orbón foi professor do cubano Héctor Angulo na Manhattan School of Music de Nova Iorque. Héctor mostrou a versão de Orbón ao cantor norteamericano Pete Seeger que a difundiu.

Guantanamera é uma das mais célebres canções da música cubana, de autoria de José Martí e musica Josito Fernandez. Guantanamera é o gentílico (feminino) para as nascidas em Guantánamo, província do sudeste de Cuba.

A música data de 1963 e uma das gravações mais conhecidas é do grupo The Sandpipers. No Brasil, foi regravada por vários grupos, como Tarancón e Raíces de América.

Versos Sencillos, 1891

José Martí
Poesía I

Yo soy un hombre sincero
De donde crece la palma,
Y antes de morirme quiero
Echar mis versos del alma.

Yo vengo de todas partes,
Y hacia todas partes voy:
Arte soy entre las artes,
En los montes, monte soy.

Yo sé los nombres extraños
De las yerbas y las flores,
Y de mortales engaños,
Y de sublimes dolores.

Yo he visto en la noche oscura
Llover sobre mi cabeza
Los rayos de lumbre pura
De la divina belleza.

Alas nacer ví en los hombros
De las mujeres hermosas:
Y salir de los escombros,
Volando las mariposas.

He visto vivir a un hombre
Con el puñal al costado,
Sin decir jamás el nombre
De aquella que lo ha matado.

Rápida, como un reflejo,
Dos veces ví el alma, dos:
Cuando murió el pobre viejo,
Cuando ella me dijo adiós.

Temblé una vez - en la reja,
A la entrada de la viña,-
Cuando la bárbara abeja
Picó en la frente a mi niña.

Gocé una vez, de tal suerte
Que gocé cual nunca: - cuando
La sentencia de mi muerte
Leyó el alcaide llorando.

Oigo un suspiro, a través
De las tierras y la mar,
Y no es un suspiro, - es
Que mi hijo va a despertar.

Si dicen que del joyero
Tome la joya mejor,
Tomo a un amigo sincero
Y pongo a un lado el amor.

Yo he visto al águila herida
Volar al azul sereno,
Y morir en su guarida
La víbora del veneno.

Yo sé bien que cuando el mundo
Cede, lívido, al descanso,
Sobre el silencio profundo
Murmura el arroyo manso.

Yo he puesto la mano osada,
De horror y júbilo yerta,
Sobre la estrella apagada
Que cayó frente a mi puerta.

Oculto en mi pecho bravo
La pena que me lo hiere:
El hijo de un pueblo esclavo
Vive por él, calla y muere.

Todo es hermoso y constante,
Todo es música y razón,
Y todo, como el diamante,
Antes que luz es carbón.

Yo sé que el necio se entierra
Con gran lujo y con gran llanto.-
Y que no hay fruta en la tierra
Como la del camposanto.

Callo, y entiendo, y me quito
La pompa del rimador:
Cuelgo de un árbol marchito
Mi muceta de doctor.