terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Mutilação Genital Feminina - MGF

A Mutilação Genital Feminina é uma violação dos Direitos Humanos!”                                                                                                                          Amnistia Internacional*
No passado dia 6 de Fevereiro foi o dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Feminina!
É uma prática que tem sido definida e estudada por diversas organizações, sendo que a Amnistia Internacional define a Mutilação Genital Feminina (MGF) como incluindo “todas as intervenções que envolvam a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos externos, ou que provoquem lesões nos órgãos genitais femininos por razões não-médicas”.
Apresentada por quem a defende como uma tradição ancestral, com raízes religiosas, a verdade é que a MGF é uma grave ameaça à saúde de crianças, jovens e mulheres adultas: inclui danos ao nível da saúde mental, sexual e reprodutiva; reforça a vulnerabilidade ao VIH; incrementa riscos obstétricos, com consequências fatais.
Tal mutilação é uma afronta aos direitos das mulheres e crianças.
Concretamente, a prática consiste na remoção de uma parte ou a totalidade dos órgãos sexuais de mulheres e crianças. Há vários tipos e com gravidades diferentes. Segundo as várias tradições, são removidos o clitóris ou os lábios vaginais. Uma das práticas de maior gravidade – a chamada infibulação – consiste na costura dos lábios vaginais ou do clitóris, deixando uma abertura pequena para a urina e a menstruação. A MGF é levada a cabo em várias idades, desde depois do nascimento até à primeira gravidez, tendo a maioria lugar entre os quatro e oito anos.
Existindo em cerca de 30 países, de África, Médio Oriente e Ásia, esta prática cruel tem também expressão em comunidades imigrantes na Europa, América do Norte e Austrália, onde nas últimas décadas, chegaram e aí se fixaram muitas pessoas oriundas de regiões onde esta prática tradicional nefasta existe e, também por isso, os Governos e as ONG’s não a podem ignorar, nomeadamente quando praticada nos seus territórios nacionais. Em Portugal também há registo de casos!
Para a combater, é importante, desde logo, ter-se consciência de que tal costume não é uma regra religiosa, já que nenhuma religião a defende ou obriga. A MGF é transversal a muitas religiões, embora seja, comum e erradamente, maioritariamente associada a comunidades muçulmanas ou islâmicas, a circuncisão feminina baseia-se apenas na ancestralidade do costume. Veja-se, por exemplo, que de entre os 114 capítulos do livro sagrado islâmico, não há um que aponte claramente para a obrigação ou necessidade da mutilação feminina. O mesmo se podendo dizer quanto ao livro sagrado dos católicos. Não obstante, este costume vai logrando continuidade, advogando-se argumentos falaciosos: afirma-se que é uma maneira de manter viva a identidade cultural; uma forma de coesão social através do sentimento de pertença à comunidade e uma forma de purificação espiritual.
Evidentemente, a Amnistia Internacional respeita a autodeterminação dos povos. Ela é também um direito fundamental, bem como a liberdade religiosa. E preconizamos também a existência simultânea de culturas diferentes, mas não podemos conceder que exista seja que cultura for que condicione a dignidade, a vida e a saúde de outros seres humanos! E por isso recusamos que os princípios da liberdade religiosa e da preservação de diferentes culturas possam ser invocados para permitir uma ofensa tão gritante à dignidade humana como é a mutilação genital!
Defendendo os Direitos Humanos como valores básicos de cada ser humano, a Amnistia Internacional obviamente condena a amputação de órgãos perfeitamente saudáveis, sendo tal mutilação uma afronta aos direitos das mulheres e crianças.
Os relatórios da especialidade mostram que entre 100 a 140 milhões de mulheres adultas, crianças e jovens são vítimas de Mutilação Genital Feminina e que, a cada ano, cerca de 3 milhões estão em risco.
Sensibilizar é a palavra de ordem! Erradicar esta prática é o objetivo!
Colabore conosco, pelos Direitos Humanos!
"A Deusa torna o corpo e vida sagrados: o seu órgão simbólico é o útero e o seu órgão de conhecimento é o coração. Tanto o coração como o útero são vasos pelos quais a vida desperta. Um sustenta a vida, o outro traz novas vidas ao mundo."

_*Fonte: Núcleo de Chaves da Amnistia Internacional
http://diarioatual.com/?p=140262 
Mutilação Genital Feminina

Impresionante Testimonio contra la Mutilación Genital Femenina


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