“sem as mulheres os direitos não são humanos”
ONU: fala de Bolsonaro é ‘inaceitável’, diz órgão da ONU sobre
declaração de Bolsonaro a deputada
Um órgão de defesa dos direitos
humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou, nesta segunda-feira
(15), uma declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que durante
discurso na Câmara, na última terça (9), disse à colega Maria do Rosário
(PT-RS) que ‘não a “estupraria’ porque ela ‘não merece’.
‘As declarações são uma ofensa não
apenas para a deputada, mas também para a dignidade das mulheres e de todas as
vítimas de abusos graves como violência sexual e estupro’, disse o
representante para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos, Amerigo Incalcaterra.
Segundo ele, esse tipo de afirmação é
‘inaceitável’ em uma democracia como a brasileira, principalmente quando se
trata de autoridades públicas eleitas por voto popular.
Em nota, Incalcaterra manifestou apoio
à representação protocolada contra Bolsonaro, após o episódio, pela Secretaria
de Direitos Humanos e o Conselho Nacional de Direitos Humanos na Procuradoria
Geral da República.
‘Fazemos um chamado ao Congresso
Nacional, às autoridades políticas, judiciárias e a toda a sociedade brasileira
a condenar amplamente este tipo de discurso de ódio e a defender a dignidade
humana em todo momento’, afirmou.
Conhecido principalmente pela postura
polêmica, o deputado do PP atacou Rosário, que é ex-ministra da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência, ao rebater um discurso feito pela petista em
defesa da Comissão da Verdade e das investigações de crimes cometidos por
agentes do Estado durante a ditadura militar.
“Não saia, não, Maria do Rosário,
fique aí. Há poucos dias [na verdade a discussão ocorreu há alguns anos, em
2013] você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não
estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, disse.
Foi a segunda vez em que Bolsonaro, na
condição de deputado, fez afirmação do tipo a Rosário. Em novembro de 2013 [–
vide vídeo abaixo], as agressões [ameaças] aconteceram diante das câmeras da
RedeTV! no Salão Verde do Congresso Nacional.
No dia seguinte a este outro episódio,
Bolsonaro, pela terceira vez, reafirma discurso contra a deputada e ex-Ministra
Maria do Rosário em entrevista ao Zero Hora:
Bolsonaro diz
que não teme processos e faz nova ofensa: "Não merece ser estuprada porque
é muito feia"
Ministério Público denuncia Bolsonaro por incitação ao estupro
Conselho Nacional de Direitos Humanos protocola representação contra Bolsonaro
Entidade pede abertura de processo criminal e cível contra o deputado com base em entrevista a ZH
E atenção: Maria do Rosário protocola no STF queixa-crime contra Bolsonaro
Conselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro
Deputados do PSOL protestam contra Bolsonaro durante diplomação
O movimento foi liderado pelo deputado estadual Marcelo
Freixo (PSOL), segundo deputado mais votado no Rio, com 350.408 votos
Ministério Público denuncia Bolsonaro por incitação ao estupro
A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ofereceu uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). A procuradora considerou que o parlamentar incitou a prática do crime de estupro ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece".
— Ao dizer que não estupraria a deputada porque ela "não merece", o denunciado instigou, com suas palavras, que um homem pode estuprar uma mulher que escolha e que ele entenda ser merecedora do estupro — argumenta Ela Wiecko na denúncia protocolada no STF.
O pedido de denúncia pode ser apresentado de forma direta, sem abertura de inquérito anterior, quando não há necessidade de colher provas sobre o fato — caso de Bolsonaro. A frase sobre Maria do Rosário foi dita na tribuna da Câmara pelo parlamentar e reiterada posteriormente em entrevista a Zero Hora, fatos que são expostos pela vice-PGR ao Supremo.
Na semana passada, o Conselho Nacional de Direito Humanos (CNDH), órgão vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, pediu à Procuradoria a abertura de uma ação contra Bolsonaro. Para a procuradora, Bolsonaro "abalou a sensação coletiva de segurança e tranquilidade" ao considerar o estupro como prática possível. Todas a mulheres devem ter a segurança de que não serão vítimas de estupro, já que a prática é crime previsto na legislação penal, destaca Ela Wiecko.
"Serei opção para candidato à presidência em 2018", diz BolsonaroA pena prevista no Código Penal por incitação ao crime é de detenção de três a seis meses ou multa. Embora seja um crime considerado de "menor potencial ofensivo", a procuradora descarta a proposta de transação penal — para pedir condenação apenas ao pagamento de multa — em razão dos "motivos, circunstâncias e repercussão do crime". Seria insuficiente a adoção de uma punição mais branda, na análise de procuradoria.
O caso foi distribuído nesta segunda-feira ao ministro Luiz Fux. Como as ações penais são analisadas pelas Turmas do STF, caberá à 1ª Turma, da qual Fux participa, decidir se abre ação penal contra o parlamentar. O grupo é composto ainda pelos ministros Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
A afirmação de Bolsonaro repercutiu dentro e fora do Congresso. As ministras Eleonora Menicucci (Política para Mulheres) e Ideli Salvatti (Direitos Humanos) repudiaram em nota conjunta o discurso do parlamentar. Partidos como PT, PCdoB, PSOL e PSDB anunciaram que irão protocolar representação no Conselho de ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do deputado.
‘Fui até educado com ela’, completa Bolsonaro, sobre
a firmação de que não estupraria a deputada Maria do Rosário ‘porque ela não
merece’
A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ofereceu uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). A procuradora considerou que o parlamentar incitou a prática do crime de estupro ao dizer que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece".
— Ao dizer que não estupraria a deputada porque ela "não merece", o denunciado instigou, com suas palavras, que um homem pode estuprar uma mulher que escolha e que ele entenda ser merecedora do estupro — argumenta Ela Wiecko na denúncia protocolada no STF.
O pedido de denúncia pode ser apresentado de forma direta, sem abertura de inquérito anterior, quando não há necessidade de colher provas sobre o fato — caso de Bolsonaro. A frase sobre Maria do Rosário foi dita na tribuna da Câmara pelo parlamentar e reiterada posteriormente em entrevista a Zero Hora, fatos que são expostos pela vice-PGR ao Supremo.
Na semana passada, o Conselho Nacional de Direito Humanos (CNDH), órgão vinculado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, pediu à Procuradoria a abertura de uma ação contra Bolsonaro. Para a procuradora, Bolsonaro "abalou a sensação coletiva de segurança e tranquilidade" ao considerar o estupro como prática possível. Todas a mulheres devem ter a segurança de que não serão vítimas de estupro, já que a prática é crime previsto na legislação penal, destaca Ela Wiecko.
"Serei opção para candidato à presidência em 2018", diz BolsonaroA pena prevista no Código Penal por incitação ao crime é de detenção de três a seis meses ou multa. Embora seja um crime considerado de "menor potencial ofensivo", a procuradora descarta a proposta de transação penal — para pedir condenação apenas ao pagamento de multa — em razão dos "motivos, circunstâncias e repercussão do crime". Seria insuficiente a adoção de uma punição mais branda, na análise de procuradoria.
O caso foi distribuído nesta segunda-feira ao ministro Luiz Fux. Como as ações penais são analisadas pelas Turmas do STF, caberá à 1ª Turma, da qual Fux participa, decidir se abre ação penal contra o parlamentar. O grupo é composto ainda pelos ministros Marco Aurélio Mello, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
A afirmação de Bolsonaro repercutiu dentro e fora do Congresso. As ministras Eleonora Menicucci (Política para Mulheres) e Ideli Salvatti (Direitos Humanos) repudiaram em nota conjunta o discurso do parlamentar. Partidos como PT, PCdoB, PSOL e PSDB anunciaram que irão protocolar representação no Conselho de ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do deputado.
‘Fui até educado com ela’, completa Bolsonaro, sobre a firmação de que não estupraria a deputada Maria do Rosário ‘porque ela não merece’
Conselho Nacional de Direitos Humanos protocola representação contra Bolsonaro
Entidade pede abertura de processo criminal e cível contra o deputado com base em entrevista a ZH
As ofensas do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), direcionadas à deputada Maria do Rosário (PT-RS), na terça-feira continuam repercutindo entre diversas entidades de defesa dos direitos humanos. Na tarde desta quinta-feira, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolou representação contra Bolsonaro na Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido é para abertura de processo criminal e cível contra o parlamentar.
"A representação é muito clara, o conselho tem a convicção que foi cometido um crime de incitação à violência, de apologia a um crime considerado hediondo", disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti.
Tanto ela como todos os conselheiros, empossados nesta quarta, sentaram-se à mesa com a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, e entregaram formalmente o documento. Ela disse que o caso agrega elementos suficientes para que a representação vire uma ação penal.
— São as palavras, a forma, e, a partir delas, todo um movimento misógino. Fiquei sabendo de comentários em redes sociais e então, [ficou provada] a força deletéria, perversa dessas declarações. Elas têm uma força de incitação ao crime, ao estupro.
Questionado, Bolsonaro ficou surpreso com a representação apresentada contra ele e disse que espera ser notificado para se defender. O deputado citou o Artigo 53 da Constituição, que trata da invioabilidade das opiniões dos parlamentares: "Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos".
A representação do CNDH, no entanto, não se refere às ofensas de Bolsonaro na tribuna, e sim, na entrevista ao jornal Zero Hora, em que o deputado disse que não estupraria sua colega de Câmara por ela ser "muito feia".
— O que ele diz no plenário, no exercício do seu mandato, está coberto pela inviolabilidade constitucional. Então, por essa razão, o fato de ele ter falado isso no plenário não pode ser levado em conta nessa análise — disse Ela Wieko.
Agora, a representação vai passar 30 dias na Procuradoria-Geral da República e o procurador-geral, Rodrigo Janot, vai decidir se o documento apresentado seguirá para o Supremo Tribunal Federal, em forma de ação penal.
Além do CNDH, duas entidades se manifestaram hoje sobre o caso. O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) protocolou na Câmara dos Deputados um pedido de providência em relação à atitude do deputado do PP. O pedido foi assinado por 23 organizações que representam as mulheres. "Instamos a Mesa da Câmara a tomar a única atitude admissível nesse caso: a instauração de processo de cassação do infrator por apologia e incitamento à violência sexual contra as mulheres", diz o pedido do conselho.
Nesta quarta-feira, o PT, PCdoB, PSOL e PSB também representaram no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados contra o deputado Bolsonaro. Os partidos pedem a cassação do atual mandato do parlamentar.
De acordo com Ideli, o CNDH também deve protocolar pedido de cassação na Câmara no mês de fevereiro, que já poderia ter efeitos no novo mandato de Bolsonaro, reeleito em outubro.
— Apresentaremos de imediato, e como está terminando a legislatura, vamos apresentar novamente em fevereiro.
Fórum de Mulheres no Fisco – FMFi conclama os deputados e deputadas, bem como toda a sociedade brasileira a apoiar as representações contra o deputado Jair Bolsonaro e a repudiar toda e qualquer atitude, machista, homofóbica e preconceituosa que ponha em risco a harmonia entre homens e mulheres, independente de etnia, classe social ou condição.
Leia a Carta Manifesto na íntegra no link →http://t.co/dUiDG153Tx
E atenção: Maria do Rosário protocola no STF queixa-crime contra Bolsonaro
A deputada federal Maria do
Rosário (PT-RS) após
protocolar a ação no Supremo Tribunal Federal |
Maria do Rosário protocola
denúncia contra Bolsonaro no STF
A deputada gaúcha entrou com uma queixa-crime
por injúria e calúnia no STF contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na
Justiça comum, um processo por danos morais foi aberto
A deputada Maria do
Rosário (PT-RS) protocolou nesta terça-feira, 16, no Supremo Tribunal Federal
uma queixa-crime contra o deputado federal reeleito Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Rosário foi pessoalmente à Corte nesta tarde, acompanhada por lideranças de
movimentos feministas e outras deputadas, pedir que o parlamentar responda por
calúnia e injúria.
Ao Supremo, a
deputada alega que jamais usou a palavra "estuprador" para se referir
a Bolsonaro e pede a condenação do parlamentar por calúnia. Já a condenação por
injúria é pedida em razão de entrevista ao jornal Zero Hora na qual Bolsonaro
repetiu a frase e disse que não a estupraria porque ela é "muito
feia".
Ontem, a
vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, denunciou Bolsonaro ao STF por
incitação à prática do crime de estupro. A queixa-crime apresentada por Maria
do Rosário, portanto, propõe uma ampliação de eventual ação penal aberta contra
Bolsonaro. Só a própria pessoa ofendida pode apresentar queixa-crime.
A deputada entrou
também com ação de danos morais, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal
contra Bolsonaro. O dinheiro, se recebido, será destinado a instituições que
trabalham com direito de mulheres vítimas de violência.
"Não quero nada para mim, só o respeito que me é devido e quero que toda
mulher seja respeitada e que exista responsabilidade efetiva diante desses atos
violentos que estão ocorrendo contra todas as mulheres brasileiras
lamentavelmente dentro da câmara dos deputados", disse Maria do Rosário.
Na queixa-crime levada ao STF, os advogados apontam que Bolsonaro "fez
afirmações de teor ameaçador, incitador de violência contra a dignidade sexual,
as quais ostentam, a um só tempo, configuração criminal de opinião caluniosa e
injuriosa que, induvidosamente, destinam-se a ofender a dignidade sexual, a
honra e a cidadania".Para os advogados de Rosário, a imunidade parlamentar
não pode ser invocada nesse caso pois não é absoluta e vale apenas quando a
conduta tem alguma relação com o exercício do mandato do parlamentar.
Também nesta terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou
processo disciplinar contra Bolsonaro, atendendo a representação do PT, PCdoB,
PSOL e PSB. Ao deixar o Supremo nesta tarde, Rosário disse acreditar que o
Congresso "dará uma resposta" ao caso.
Conselho de Ética instaura processo contra Bolsonaro
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira, 16, processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) atendendo a uma representação do PT, PCdoB, PSOL e PSB. Na semana passada, o deputado disse em plenário que não estupraria a deputada e ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário (PT-RS), porque ela "não merecia".
Ontem, a
vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ofereceu uma denúncia ao
Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro. A procuradora considerou que o
parlamentar incitou a prática do crime de estupro. "O que aconteceu a
gente não pode se arrepender", afirmou Bolsonaro, demonstrando confiança
de que o STF arquive a ação da PGR porque, segundo ele, os parlamentares são
"invioláveis" em suas palavras proferidas no plenário.
Deputados do PSOL protestam contra Bolsonaro durante diplomação
O movimento foi liderado pelo deputado estadual Marcelo
Freixo (PSOL), segundo deputado mais votado no Rio, com 350.408 votos
"A violência contra a mulher não pode ter voz no Parlamento"
“Não deveria ter. Mas
infelizmente tem.” Jean
Wyllys, no centro da foto (post do Facebook)
|
Os cinco deputados
estaduais eleitos pelo PSOL no Rio engrossaram nesta segunda-feira, 15, o coro
pela cassação do deputado federal reeleito Jair Bolsonaro (PP-RJ), durante
cerimônia de diplomação dos vencedores das eleições, no plenário da Assembleia
Legislativa do Rio (Alerj). Quando o militar da reserva foi chamado para
receber seu diploma, os parlamentares do PSOL se viraram de costas e exibiram
cartazes com os dizeres: "A violência contra a mulher não pode ter voz no
Parlamento", em referência ao discurso de Bolsonaro na Câmara, na semana
passada, em que o militar disse que só não estupraria a deputada Maria do
Rosário (PT-RS) porque ela "não merece".
"É importante
haver diversidade no parlamento, mas o discurso que leva ao crime é
inaceitável. O parlamento não pode ser espaço para propagação do ódio",
disse Freixo.
Dizer que "não estupraria" a deputada federal e
ex-ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não
merece" não foi suficiente para o também deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Nesta terça, em entrevista a
ZH, o candidato mais
votado no Rio de Janeiro nas eleições deste ano
"explicou" a declaração:
– Ela não merece
porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu gênero. Jamais a
estupraria – disse, por telefone, Bolsonaro.
Na conversa de quase
uma hora, o paulista diz que respondeu uma frase da deputada, dita em 2003
("o senhor é quem promove essas violências"),
e garante não se importar com a representação
feita pelo PT contra ele, muito menos com o possível
processo judicial prometido por Maria do Rosário na manhã desta terça. Bolsonaro parece tranquilo com o que
disse. Para ele, foi "uma ironia":
– Eu sou a
vítima. Ela é a agressora.
Leia a entrevista com o deputado federal Jair
Bolsonaro:
Deputado, o que o senhor quis dizer com aquela
frase?
Que eu não sou estuprador.
Que eu não sou estuprador.
Mas por que a deputada Maria do Rosário "não
merece" ser estuprada?
Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece.
Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece.
Mas o senhor acha que tem gente que
"merece" ser estuprada?
O estuprador é um psicopata, ele escolhe suas vítimas. Não pega aleatoriamente. Não é a primeira mulher que passa ali numa área de penumbra que ele vai pegar e estuprar. Foi uma resposta, uma ironia naquele momento.
O estuprador é um psicopata, ele escolhe suas vítimas. Não pega aleatoriamente. Não é a primeira mulher que passa ali numa área de penumbra que ele vai pegar e estuprar. Foi uma resposta, uma ironia naquele momento.
Em seus discursos e atitudes, o assunto que mais
lhe parece caro é a segurança e a ordem. Porém, no discurso de ontem, o senhor
trata com ironia um dos mais graves problemas de violência no Brasil. Segundo a
Secretaria de Políticas para as Mulheres, uma mulher sofre violência a cada 12
segundos no país. O discurso do senhor não diminui a gravidade desse
crime?
Você está usando a mesma linguagem de quando se fala em homofobia. O projeto 5398, de 2013, de minha autoria, aumenta a pena para estupro e propõe a castração química para estuprador. Aumento a pena para estupro de vulneráveis, até 14 anos, pedofilia.
Você está usando a mesma linguagem de quando se fala em homofobia. O projeto 5398, de 2013, de minha autoria, aumenta a pena para estupro e propõe a castração química para estuprador. Aumento a pena para estupro de vulneráveis, até 14 anos, pedofilia.
Ok, mas o senhor entende que são duas coisas
diferentes? O senhor fala de penalização para quem comete crimes, eu falo de
uma cultura de diminuição da mulher. Não lhe parece que o senhor acaba fazendo
com que o estupro se torne um assunto menos problemático do que ele de fato é?
Concordo, mas quem começou foi ela.
Concordo, mas quem começou foi ela.
Mas isso importa?
Importa, sim. O que eu falei foi ironia.
Importa, sim. O que eu falei foi ironia.
Mas estupro é um assunto passível de ironia?
Lógico que é passível de ironia. Para cima dela... Ora, ela me chamou de estuprador, você queria que eu respondesse como? Ela, como mulher, pode diminuir a questão chamando qualquer um de estuprador? Ela que começou o negócio.
Lógico que é passível de ironia. Para cima dela... Ora, ela me chamou de estuprador, você queria que eu respondesse como? Ela, como mulher, pode diminuir a questão chamando qualquer um de estuprador? Ela que começou o negócio.
Ouça parte da resposta de Bolsonaro
sobre ironia e estupro:
Mas não era o caso de tratar seriamente o assunto?
Mas como? Ela é uma desequilibrada!
Mas como? Ela é uma desequilibrada!
Mas o senhor respondeu com equilíbrio naquele
momento?
Ô, companheiro, a minha reação não foi maior que a ação dela. Eu sou homem e não tenho nenhum prazer de ser chamado de estuprador. Tenho filho, tenho família.
Ô, companheiro, a minha reação não foi maior que a ação dela. Eu sou homem e não tenho nenhum prazer de ser chamado de estuprador. Tenho filho, tenho família.
Deputado, esse discurso não trata a mulher como
objeto e acaba perpetuando uma cultura de estupro?
Olha, vou te dizer uma coisa... Vou renunciar o meu mandato, porque já me acusaram de ser responsável por uma porrada de crimes no Brasil, por causa da minha conduta. E eu sou o cara que mais bate nessa questão de segurança. Se eu for começar a pensar em palavras politicamente corretas, vai ficar difícil de conversar. Não sou politicamente correto.
O
senhor é muito criticado pela forma agressiva com que trata seus opositores. O
que acha dessas acusações?
Olha, vou te dizer uma coisa... Vou renunciar o meu mandato, porque já me acusaram de ser responsável por uma porrada de crimes no Brasil, por causa da minha conduta. E eu sou o cara que mais bate nessa questão de segurança. Se eu for começar a pensar em palavras politicamente corretas, vai ficar difícil de conversar. Não sou politicamente correto.
O
senhor é muito criticado pela forma agressiva com que trata seus opositores. O
que acha dessas acusações?
Não é agressiva. Se eu dou uma martelada em você por trás, você vai levantar
puto, xingar minha mãe. E eu vou falar que é você que está sendo agressivo. A
esquerda é especialista nisso, se vitimizam, igualzinho ao período militar:
invertem de réu para vítima. Todo mundo foi preso sob tortura, mas ninguém fala
o que fez antes de ser preso. Ninguém fala nada. É a especialidade deles, e é o
que fizeram agora.
O senhor está sendo processado pelo PT, e a
deputada Maria do Rosário disse que vai processá-lo judicialmente.
Tudo bem. É um direito dela. Pode recorrer à vontade, representação, conselho de ética, corregedoria, Justiça. Não quero me defender, não. Eu estava na tribuna da Câmara debatendo um fato passado.
Tudo bem. É um direito dela. Pode recorrer à vontade, representação, conselho de ética, corregedoria, Justiça. Não quero me defender, não. Eu estava na tribuna da Câmara debatendo um fato passado.
O senhor acha que a sua frase configura
quebra de decoro?
Não. Eu recordei um fato passado, nada além disso.
Não. Eu recordei um fato passado, nada além disso.
Mas deputado, a quebra de decoro se configura por
"tratar com desrespeito os colegas". O senhor acha que não aconteceu
isso?
Não, negativo. Tratei com verdade. A verdade tortura esses caras da esquerda. PT, PSOL, PC do B não podem ouvir a verdade.
Não, negativo. Tratei com verdade. A verdade tortura esses caras da esquerda. PT, PSOL, PC do B não podem ouvir a verdade.
O senhor, como deputado progressista,
não tem o papel de trazer a discussão sobre os direitos das mulheres à tona?
Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? "Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade..." Bonito pra c..., pra c...! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano.
Eu sou liberal. Defendo a propriedade privada. Se você tem um comércio que emprega 30 pessoas, eu não posso obrigá-lo a empregar 15 mulheres. A mulher luta muito por direitos iguais, legal, tudo bem. Mas eu tenho pena do empresário no Brasil, porque é uma desgraça você ser patrão no nosso país, com tantos direitos trabalhistas. Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? "Poxa, essa mulher tá com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, seis meses de licença-maternidade..." Bonito pra c..., pra c...! Quem que vai pagar a conta? O empregador. No final, ele abate no INSS, mas quebrou o ritmo de trabalho. Quando ela voltar, vai ter mais um mês de férias, ou seja, ela trabalhou cinco meses em um ano.
Mas qual seria a solução?
Por isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.
Por isso que o cara paga menos para a mulher! É muito fácil eu, que sou empregado, falar que é injusto, que tem que pagar salário igual. Só que o cara que está produzindo, com todos os encargos trabalhistas, perde produtividade. O produto dele vai ser posto mais caro na rua, ele vai ser quebrado pelo cara da esquina. Eu sou um liberal, se eu quero empregar você na minha empresa ganhando R$ 2 mil por mês e a Dona Maria ganhando R$ 1,5 mil, se a Dona Maria não quiser ganhar isso, que procure outro emprego! O patrão sou eu.
Mas aí a
mulher se ferra porque engravida?
É liberdade, pô. A mulher competente... Ou você quer dar cota para mulher? Eu não quero ser carrasco das mulheres, mas, pô...
É liberdade, pô. A mulher competente... Ou você quer dar cota para mulher? Eu não quero ser carrasco das mulheres, mas, pô...
#CassaçãoBolsonaroJá
Moisés Mendes: quem tem
medo de Bolsonaro?
ZH Explica: Por que Bolsonaro não é punido por suas declarações?
ZH Explica: Por que Bolsonaro não é punido por suas declarações?
Jair
Bolsonaro humilha e desrespeita Presidente Dilma e Deputada Maria do Rosário
Maria do Rosário protocola denúncia contra Bolsonaro no STF
ResponderExcluirA deputada gaúcha entrou com uma queixa-crime por injúria e calúnia no STF contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na Justiça comum, um processo por danos morais foi aberto
Deputados do PSOL protestam contra Bolsonaro durante diplomação no Rio de Janeiro
Fórum de Mulheres no Fisco – FMFi conclama os deputados e deputadas, bem como toda a sociedade brasileira a apoiar as representações contra o deputado Jair Bolsonaro e a repudiar toda e qualquer atitude, machista, homofóbica e preconceituosa que ponha em risco a harmonia entre homens e mulheres, independente de etnia, classe social ou condição.
Hein, "eu não te estupraria porque você não merece". E por acaso alguma mulher merece? Foi esse o contexto que ele usou. Machista é quem intende da maneira errada. Os ESQUERDAS estão no mundo apenas para destruí-lo. Abra os olhos, em qualquer país de DIREITA toda a nação é rica e super desenvolvida. Por favor né, ESQUERDA NÃO pelo amor de DEUS. #BOLSONARO2018.
ResponderExcluir#Bolsonaro17 e vai ser no 1° turno. #MelhorJairSeAcostumando
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