quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Chiquinha Gonzaga

Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. *17/10/1847 - †28/02/1935
Chiquinha Gonzaga também foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca com letra ("Ô Abre Alas", 1899).
Chiquinha Gonzaga lutou pelos direitos autorais. É fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira nº 1. 
Compositora, pianista e regente brasileira. Autora da primeira marchinha de carnaval "Ó abre alas". Desde criança mostrou interesse pela música. Dedicou-se ao piano e compôs valsas e polcas. Separada do marido, dava aulas de piano e apresentava-se com o conjunto Choro Carioca, em festas domésticas, tocando piano. Seu primeiro sucesso, com 29 anos, foi a composição "Atraente", um animado choro. Se dedicou a musicar peças para o Teatro de Revista, sofrendo preconceitos, mas finalmente inicia sua carreira de maestrina com a revista "A corte na roça". Sua música faz grande sucesso e recebe vários convites de trabalho. Sua carreira ganha prestígio com a marcha-rancho "Ó abre alas" feita para o carnaval de 1899.
A peça de teatro "Forrobodó", musicada por Chiquinha Gonzaga, e apresentada em um bairro pobre do Rio de Janeiro, torna-se um sucesso, atingindo 1500 apresentações. As músicas são cantadas por toda cidade. "Forrobodó" torna-se o maior sucesso teatral de Chiquinha e um dos maiores do Teatro de Revista do Brasil.
Chiquinha Gonzaga lutou pelos direitos autorais, depois de encontrar em Berlim, várias partituras suas, reproduzidas sem autorização. É fundadora, sócia e patrona da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, ocupando a cadeira nº 1.

Chiquinha Gonzaga
Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935) ficou conhecida como Chiquinha Gonzaga. Nasceu no Rio de Janeiro no dia 17 de outubro. Filha de José Basileu Alves Gonzaga, primeiro-tenente, de família ilustre do Império, e Rosa Maria Lima, mestiça e pobre. Apesar da família de José Basileu não ter grandes condições financeiras, Chiquinha Gonzaga recebeu a mesma educação dada às crianças burguesas da época. Estudou português, cálculo, inglês e religião com o Cônego Trindade e música com o Maestro Lobo.
Em 1863, com dezesseis anos, seguindo as exigências do seu pai, Chiquinha Gonzaga casa-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, um jovem e rico oficial da Marinha, oito anos mais velho que ela. Em 1864 nasce seu filho João Gualberto e em 1865 nasce Maria do Patrocínio. Chiquinha, de gênio forte e decidida, continua sua dedicação ao piano, compondo valsas e polcas, para desagrado do marido.
Brigadeiro Feliciano
José Neves Gonzaga,
avô de Chiquinha.
Em 1866, Chiquinha Gonzaga é obrigada pelo marido, co-proprietário de um navio e Comandante da Marinha Mercante, a acompanhá-lo no transporte de escravos, armas e soldados para a Guerra do Paraguai. Insatisfeita com a situação, pois as ordens do marido era que ela não se envolvesse com música, Chiquinha volta com o filho para a casa de seus pais, onde havia ficado sua filha Maria. Não tendo apoio da família e descobrindo que está grávida volta a viver com seu marido. Em 1867 nasce seu terceiro filho Hilário. O casamento durou pouco tempo.
Após a separação, Chiquinha passa a viver com o Engenheiro João Batista de Carvalho Júnior. Levando seu filho João Gualberto, o casal vai morar em Minas Gerais. Em 24 de agosto de 1876 nasce Alice, filha do casal. Pouco depois com ciúme do marido, Chiquinha volta para o Rio de Janeiro, com seu filho João Gualberto, deixando Alice com o pai.
Chiquinha volta a viver da música. Dava aulas de piano e obteve grande sucesso, compondo polcas, valsas, tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de choro. Foi a necessidade de adaptar o som de seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país. O sucesso de Chiquinha Gonzaga começou em 1877, com a polca "Atraente". A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de 1885.         
Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da opereta "Maria". Chiquinha compôs as músicas de 77 peças teatrais, tornando-se responsável por cerca de 2.000 composições. Em 1897, todo o Brasil dançou sua estilização do corta-jaca, sob a forma de tango "Gaúcho", mais conhecido como "Corta-Jaca". Dois anos depois, compôs "Ó Abre Alas", a primeira marcha carnavalesca.
Em 1899, mesmo ano que compôs "Ô Abre Alas", Chiquinha conhece o músico, João Batista Fernandes Lages, que vivia no Rio de Janeiro. Chiquinha com 52 anos e ele com apenas 16, mesmo com trinta e seis anos (36) de diferença de idade dela pra ele, começaram um relacionamento. Como forma de enfrentar o moralismo da época, Chiquinha registrou João Batista como seu filho que tivesse nascido em Portugal. Ele, mesmo muito jovem, foi quem a assediou. Viveram juntos e felizes por 35 anos, até sua morte aos 87 anos de idade. Mas, Chiquinha protegia sua privacidade, não chegou a assumir publicamente sua relação com João Batista. O caso só foi revelado após sua morte (1935), comprovado por fotos e cartas. 
Outra polêmica à época: CORTA-JACA - Maxixe* de Chiquinha Gonzaga e Machado Careca (letra ao final da matéria)
*Maxixe é também chamado de Tango Brasileiro, com influências do Lundu, Polcas e Habaneras.
E foi cercada dessa glória que Chiquinha Gonzaga viveu em companhia de João Batista, até 28 de fevereiro de 1935, quando faleceu. (Biografia de Chiquinha Gonzaga: e-biografias.net)
Compositora de música popular nascida no Rio de Janeiro, RJ, criadora de Abre alas! (1899), a primeira marcha carnavalesca brasileira e sucesso até os dias de hoje. Filha natural de Rosa Maria de Lima com o militar de carreira José Basileu, que mesmo sob forte pressão da família, assumiu a criança e a registrou como sua filha e deu-lhe rigorosa educação. Aprendeu a ler e a escrever, fazer contas e, principalmente, tocar piano, e a música tornou-se sua grande paixão. Estudou regência e iniciou a carreira (1858) como compositora de polcas, muito apreciadas na época. Na então sociedade patriarcal, seguindo a vontade de seu pai casou-se (1863), com apenas 16 anos, com Jacinto Ribeiro do Amaral, de 24 anos. 
Esse casamento não podia dar certo e a separação foi a única saída. Foi expulsa de casa por seu pai, que, a partir daquele momento, renegou sua paternidade. Com o filho João Gualberto ainda no colo, ela partiu em busca de uma nova vida e assim encontrou-se com o meio boêmio carioca, onde deslanchou sua vocação artística. Compôs partituras para peças teatrais, operetas e revistas com relativo sucesso, totalizando cerca de oitenta partituras para teatro musicado e mais de duas mil peças menores. 
Participou ativamente na luta pelo direito autoral e participou da campanha abolicionista, atitudes que a tornaram alvo dos preconceituosos da época. Autora de numerosa e variada obra musical que contribuiu para fixar o cancioneiro popular brasileiro com maxixes, modinhas e o nascente samba urbano. Essa compositora também teve o mérito de aproximar a música erudita da popular e foi uma das primeiras a introduzir o violão nos salões cariocas. Morreu no Rio de Janeiro e sua prodigiosa vida foi representada por uma minissérie na Rede Globo de Televisão (1999). {Brasil Escola}

Lua Branca 
Ó lua branca de fulgores e de encantos.
Se é verdade que ao amor tu dais abrigo;
Vem tirar dos olhos meus um pranto!
Ó vem matar essa paixão que anda comigo.

Ai por quem eis desce do céu, óh lua branca.!
Essa amargura do meu peito;
Ó vem arranca.
Da-me o luar da tua compaixão,
Ó vem por deus iluminar meu coração!

E quantas vezes.
Lá no céu aparecias,
A brilhar em noite calma e constelada.
E a tua luz então me surpreendia;
Ajoelhado, junto aos pés da minha amada.

E ela a chorar a soluçar;
Cheia de pejo,
Vinha em lábios me ofertar, um doce beijo.
E ela partiu me abandonou assim.
Ó lua branca,
Por quem eis tem dó de mim.

Aí por quem eis desce do céu, ó lua branca,
Essa amargura do meu peito, ó vem arranca.
Da-me o luar da tua compaixão;
Ó vem por deus iluminar meu coração...


Corta Jaca – Imagens do Rio Antigo
Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira.

Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca com letra ("Ô Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

O famoso Corta-jaca, nome com o qual o tango Gaúcho se popularizou, é uma das músicas mais gravadas e conhecidas de Chiquinha Gonzaga ao lado de Ó abre alas, Lua branca e Atraente. Nasceu nos palcos dos teatros musicados, onde foi dançado na cena final da opereta burlesca de costumes nacionais Zizinha Maxixe, imitada do francês por autor anônimo, representada no Teatro Éden Lavradio, em agosto de 1895. O ator Machado Careca (José Machado Pinheiro e Costa), autor anônimo da peça, terminou por colocar versos na música do Corta-jaca, ajudando a popularizá-la, sobretudo depois que sua versão foi gravada em disco pelo duo Os Geraldos. Ao longo da história, o Corta-jaca frequentou outros palcos e repertórios: café-cantante, chope-berrante, rodas de choro… Mas foi no Palácio do Catete, em 1914, que ele atingiu a glória. Executado ao violão pela primeira-dama Nair de Teffé, causou escândalo político e terminou por apelidar a administração de Hermes da Fonseca.
Letra de Tito Martins e Bandeira de Gouvêa

A jaca sou mui leitosa e gostosa
Que dá gosto de talhar…
Sou a jaca saborosa que amorosa
Faca está a reclamar para cortar!
Sou a jaca saborosa que amorosa
Faca está a reclamar!

Ai! Que bom cortar a jaca,
Ai! Meu bem ataca assim,
Assim toca a cortar!..
Ai! Que bom cortar a jaca
Sim meu bem ataca, sem descansar!…

Ai! Que bom cortar a jaca
Ai! Meu bem ataca assim
Assim toca a cortar!…
Ai! Que bom cortar a jaca

Sim meu bem ataca assim, assim!…

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