Desde a invasão europeia no Século XV a América do Sul respira, finalmente, a
liberdade democrática. Anos de domínio imperialista foram golpeados por uma
sequência de vitórias eleitorais de forças representativas dos trabalhadores,
do povo que jamais desistiu de sonhar.
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José Martí |
O recente massacre das urnas sufragado pelos equatorianos desencadeou a
constatação de que o continente vive uma ebulição, da qual acende, sob os
sentidos mais salutares, a chama da esperança dos latinos. Pois Correa se
expressa em Humala, que respeitou Chávez, que foi fiel a Fidel e a Martí.
Cruzadas surgidas nos primórdios dos movimentos indianistas, na década de 20,
marcada pela dor e por dezenas de anos em luta contra o imperialismo, abortaram
os planos dos americanos de dominarem a Amazônia e tornarem suas terras meras
colônias de apoio ao mercantilismo covarde e elitista. Um povo que se levantou
lutou pelas suas causas.
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Presidente do Equador |
Durante esses anos o Brasil se entregou ao poderio estrangeiro em troca do
fortalecimento das forças armadas e do coronelismo, estagnando por completo os
avanços sociais e evidenciando as distorções entre as classes. Vimos riquezas
da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai sendo extorquidas sob as bênçãos do
militarismo, pelos agentes dos ianques golpistas, que usurparam nossos bens e
as nossas liberdades.
Mas a resposta veio com o povo nas ruas, em memoráveis passeatas em choque
contra a alienação e estupidez do capitalismo. Toda a América do Sul levantou
voz pelo direito ao voto direto, por mais educação, saúde e desenvolvimento. E
Cuba, que ainda vive a Revolução, também soube preparar sua gente para tal,
caminhando para a irrestrita democracia, tão cobrada pela mídia capitalista.
Sabemos, pois, que a Ilha é, social e culturalmente, a mais liberta dos países
latino-americanos.
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Ex e atual Presidente da Venezuela (imagem de Bolívar) |
Ao mesmo tempo, durante seus doze anos de governo, o presidente Hugo Chávez
conclamou , em discursos e práticas aplausíveis, os venezuelanos à luta por uma
sociedade mais igualitária, resultando na inveja e ódio das raposas elitizadas.
Suas marchas de milhões em vermelho mostraram o caminho, a estrada das
igualdades. Mas o comandante foi chamado para nova missão, agora no além. Às
lágrimas, a Nação, em nova eleição sob forte influência capitalista, mostrou
que jamais abandonará sua bandeira.
E o Chile, respirando democracia, vai e vem e troca seus presidentes, em
resposta aos governos em deslizes. O Uruguai é comandado por um comunista
popular que anda num Fusca, carismático apoiador das causas revolucionárias do
continente. A Argentina possui uma história rica, na qual o peronismo se
moderniza e, cada vez mais popular, apavora a imprensa dos ricos e aproxima as
classes.
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Presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai |
Popularidade que é a ferramenta maior de Dilma Rousseff. O Brasil, que de fato
elimina a miséria, mas que precisa vencer a corrupção para evidenciar seu foco,
o social. Como a saúde, que carece de avanços. Os desafios são muitos, urgem
mudanças nas Leis, reformas, daí essas manifestações populares atuais que de
princípio tinha como fato a exploração de tarifas de ônibus, mas que expandiu e
abriu espaços aos conhecidos golpistas responsáveis pelo terror ocorrido nos
últimos dias. A Presidente, porém, respondeu precisando o diálogo e condenando
os atos manipulados que geraram badernas.
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1º de Maio - Havana/Cuba |
Enfim, nossa Pátria Verde e Amarela precisa de um empurrão, pois apoio é que
não falta, o apoio dessa gente que nunca parou de lutar, dessa gente
socialista.
(*) o artigo de Joaquim Lucas Jr. foi publicado paralelamente no Jornal Nossa Voz, da AFBNB, jun/2013
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