IMPERDÍVEL: O MENU DA SOBERBA!
no Blog do Eliomar de Lima, segue na íntegra:
O buffet salgado, os viadutos e muita
calma nessa hora…
Com o título “Um
viaduto não compensa um revólver na cabeça”, eis artigo do publicitário e poeta
Ricardo Alcântara. Ele aborda o caso dos gastos do governo estadual com buffet,
o que foi denunciado pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), durante pronunciamento,
nesta semana, na Assembleia Legislativa. Confira:
Não “só ao jornal O Povo”,
como disse o governador: a muitos não pareceu razoável que o Palácio de Governo
pague uma média diária de três mil reais em serviços terceirizados de
alimentação. O trocadilho é infame, mas inevitável: está salgado…
Mas nem vou me deter em
razoabilidade. Meus hábitos de consumo são modestos e não me habilitam a
conferir as comandas de quem governa um povo pobre com privilégios de um sultão
iemita sentado em barris de petrodólares.
A tarefa, deixo para
tribunais de contas e parlamentares que, como Heitor Férrer, cumprem suas
atribuições de fiscalizar os atos do executivo, ainda que sob acusação de
oportunismo e execração generalizada à sua árvore genealógica.
No episódio – de resto, uma
previsível confirmação de um habitual pendor para o supérfluo – mais atenção
chamou a reação do governador, desproporcional nos termos e desprovida de
veracidade na sua improvisada argumentação.
Disse ele ter herdado
contratos do governo anterior. Mentiu. Seu governo licitou a empresa. E duas
vezes. Ainda que tenha sido sempre assim, eventual desvio de conduta anterior
não o tornaria imune a igual juízo em caso de persistir no erro.
Indecorosa, de assustadora
virulência, a afirmação de que o denunciante pertence, em sua cidade de origem,
a uma família na qual ninguém é honesto. É provável que tenha ofendido a alguns
eleitores seus, senão ao sentimento de toda a cidade.
Como antes tentara já com os
“maconheiros do Cocó”, repete agora que somente ao jornal O POVO interessa
noticiar o que lhe parece irrelevante, quando, de fato, para seu estilo a mídia
nacional já reserva espaços em pautas de abordagem folclórica.
A combinação de agressividade
nos termos e conteúdo inconsistente revela um homem emocionalmente esgotado,
quando seus índices de aprovação já declinam sob a trilha furiosa dos tiroteios
que fazem de sua polícia a impotência fardada.
Talvez lhe desespere
descobrir que, à percepção pública, aspectos negativos de sua gestão se
sobreponham àquilo que ele considera promissor em sua governança. É assim mesmo,
governador: um viaduto não compensa um revólver na cabeça.
Entre a dispendiosa
construção de uma ponte paisagística e nossas vidas, optamos por ficar mais uns
dias por aqui. Entre a obra de um majestoso aquário e a paz em nossas ruas, ao
mar com os peixes: queremos é nossos filhos longe dos traficantes.
E sabe aquele estaleiro
barulhento que você queria enfiar como uma faca no peito da cidade? Maior bem
nos fará sair às ruas sem medo de morrer na esquina. São nossas escolhas,
governador. Você fez as suas. E aí, muita calma nessa hora…
*
Ricardo Alcântara,
Publicitário
e poeta.
_fonte: O Povo online
http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/o-menu-da-soberba/
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Nessa contenda não há
ResponderExcluirPopulação que mereça
O povo clama por Paz
E que o clima se arrefeça
Porque muita gente pensa
"Um viaduto não compensa
Um revólver na cabeça"