domingo, 21 de setembro de 2014

“Carece de ter coragem. Carece de ter muita coragem…”

“A vida embrulha tudo, a vida é assim, esquenta esfria aperta e daí afrouxa inquieta e depois desinquieta, mas o que ela quer mesmo da vida é coragem” - Guimarães Rosa- Livro a vida quer coragem
Dilma no Tribunal da Vergonha*
sobre a foto, texto abaixo
Por Miguel do Rosário
Lula e Dilma apanham da mídia desde o dia em que pisaram no Palácio do Planalto.
As redes sociais estão abarrotadas de todo o tipo de baixaria contra a presidenta. Há, inclusive, ameaças de morte.
A Folha deu cartaz a um sujeito que divulgava montagens fotográficas em que Dilma aparecia sob a mira de uma arma. Publicou matéria positiva sobre ele na edição impressa e o pôs na TV Folha, em programa exibido na tv aberta.
Uma empresa de São Paulo patrocinou a distribuição de cartilhas anti-Dilma na porta do Itaquerão, no dia da abertura da Copa do Mundo.
No Estádio, milhares de pessoas, em especial aquelas situadas nas áreas VIP, vaiaram Dilma e a mandaram tomar no cú.
Blogueiros da Veja fazem, há anos, campanhas de baixíssimo nível contra a presidenta.
Você nunca viu a presidenta, em momento algum, reclamar de nada.
Você nunca a viu dizer que a estão “perseguindo”.
Os blogs que a apoiam, sim. Reclamam e protestam frequentemente contra o tratamento da mídia.
A presidenta, porém, se mantém altiva e firme.
Saiu há pouco uma nova abordagem do Manchetômetro, comparando o que se dizia do presidente FHC em 1998, e o que se diz da presidenta, hoje.
A abordagem é uma resposta a acusações de críticos do manchetômetro, segundo os quais à imprensa cabe a função de contra-poder, e, portanto, a mídia fala mal da Dilma porque ela é presidenta.
Não é bem assim.
Em 1998, FHC era poder, era candidato a reeleição, e o tratamento era outro.
Os gráficos são eloquentes! A poderosa máquina midiática tenta triturar, há anos, a imagem de Dilma.
No entanto, você não vê Dilma chorando na mídia, protestando contra “boatos” ou “mentiras”.
Ela enfrenta tudo de cabeça erguida.
Nunca processou ninguém, como faz Aécio, nunca chorou, nunca se lamuriou. Ao contrário, sempre afirma, quando perguntada, que prefere o barulho das críticas ao silêncio da ditadura.
Bem diferente de Marina Silva, que hoje aparece na capa da Folha, do Globo e da Veja, no papel de vítima.
E por quê?
Porque o PT e as redes sociais apontam incoerências em suas falas e em seu programa de governo.
Ora, isso é debate político!
É democracia!
Marina Silva vai entrar na onda da criminalização da política e tratar o contraponto às suas ideias como “ataques”?
Até agora, quem jogou sujo foi ela, ao afirmar, na sabatina da Globo, que o PT botou um ladrão na Petrobrás para roubar.
Baixo nível!
Marina deve tudo, absolutamente tudo, que conquistou ao PT. Ela foi eleita a senadora mais jovem do país com dinheiro do PT, e agora faz uma acusação irresponsável dessa, com base no que disse a revista Veja?
Então o PT era bom para fazer a sua campanha de senadora? Era bom para lhe fazer chegar a ministra de Estado?
E agora, que ela mudou de partido, e ambiciona o poder presidencial, o PT vira um partido de ladrão?
Marina quer o poder pelo poder?
Ora, Dilma foi presa aos 22 anos. Foi barbaramente torturada.
Na foto que abre o post, vemos uma jovem altiva, com uma expressão desafiadora, diante dos juízes militares.
Ela não se fez de vítima nem naquela época, nem hoje, quando é atacada pelos mesmos jornais que apoiaram a ditadura que a torturou.
Dilma sabe que, para arrostar as dificuldades, é preciso coragem.
Um líder não se vitimiza, justamente porque é líder, e precisa transmitir força, serenidade e, sobretudo, coragem aos mais fracos, àqueles que não tiveram as oportunidades que o líder teve.
O Brasil ainda tem muita gente oprimida. Ainda tem um povo sofrido que precisa de lideranças valentes e generosas que o guiem, democraticamente, para um futuro melhor.
Marina Silva não é uma pobre coitada perseguida! É uma mulher que foi eleita a senadora mais jovem da nossa história.
Foi senadora por 16 anos, sempre pelo PT.
Foi ministra de Estado.
É amiga de gente muito rica, como o dono da Natura, Guilherme Leal, e Neca Setúbal, dona do Itaú.
Esta última doou R$ 1 milhão ao Instituto Marina, ou 83% de tudo que o instituto ganhou.
R$ 1 milhão é mais do que a maioria dos brasileiros jamais ganharão durante uma vida inteira de trabalho.
Vive no apartamento de um homem muito rico, dono de postos de gasolina e fazendas no Mato Grosso e Pará.
Tem apoio hoje da elite do país e da mídia.
Está chorando por quê?
Porque alguns tuiteiros e blogueiros estão apontando suas incoerências?
É com essa força que pretende ser presidente?
No primeiro twitter de Malafaia, mudou seu programa de governo.
Agora, diante das primeiras críticas nas redes sociais, aparece chorando nos jornais?
Aonde ela pretende chegar com isso?
Em Grande Sertão Veredas, a obra-prima de Guimarães Rosa, há uma cena antológica, do primeiro encontro entre Diadorim e Riobaldo.
Os dois ainda eram adolescentes.
Riobaldo entra numa canoa dirigida por Diadorim, que atravessa um enorme rio, de águas perigosas. Já do outro lado da margem, os garotos topam com uma figura mais velha, que tenta molestá-los. Diadorim consegue afastá-lo. Riobaldo fica apavorado, com a possibilidade do vilão retornar armado, ou acompanhado de comparsas.
O trecho:
Meu receio não passava. O mulato podia voltar, ter ido buscar uma foice, garrucha, a reunir companheiros; de nós o que seria, daí a mais um pouco? Ao menino ponderei isso, encarecendo que a gente fosse logo embora. “Carece de ter coragem. Carece de ter muita coragem…” – ele me moderou, tão gentil.
Pois é, Marina. Ouça o velho Rosa.
Carece ter coragem.
Carece de ter muita coragem…
_fonte: O Cafezinho

"É impressionante a lavagem cerebral que a oligarquia midiática brasileira (que eu prefiro chamar de PiG) conseguiu fazer em grande parte dos seus leitores, internautas, ouvintes e telespectadores quando o assunto é PT, Lula e Dilma! doze anos de lavagem cerebral midiática contra o PT produziram um besteirol antipetista constrangedor... incluindo meus "patrulhadores"!!!" rs - Gláucia Lima

sobre a foto: Dilma no Tribunal da Vergonha*

A primeira Biografia da primeira
presidenta do Brasil Dilma Rousseff
O País se deparou com um documento espantoso, o melhor retrato de uma era, a imagem mais emblemática de uma época conhecida pelo chumbo quente da tortura, o símbolo mais cortante dos 21 anos da ditadura que sangrou o Brasil no período 1964-85. É uma fotografia em preto e branco, como aqueles tempos obscuros, captada na 1ª Auditoria Militar do Rio de Janeiro num dia qualquer de novembro de 1970, quando se completava o primeiro ano no poder do presidente Garrastazú Médici, o líder mais temido da fase mais dura do regime dos generais. A revelação pertence ao livro A vida quer coragem, que o jornalista mineiro Ricardo Amaral lançou em 03/08/2011 pela editora Primeira Pessoa.

A foto mostra de lado, sentada sobre uma cadeira sem braços, uma jovem magra de 22 anos, cabelos curtos, blusa clara de mangas curtas, as mãos entrecruzadas sobre as pernas, vestindo talvez a inevitável calça jeans de sua geração. A fisionomia está séria, fechada como o clima político do país, e o olhar parece absorto sob as sobrancelhas marcantes, quem sabe refletindo sobre os 22 dias terríveis sob tortura a que sobreviveu dez meses antes, ao ser presa pela repressão como integrante da VAR (Vanguarda Armada Revolucionária)-Palmares, uma das siglas da guerrilha que combatia a ditadura pelo desespero das armas. Três décadas depois, a guerrilheira ‘Estela’ contou ao repórter Luís Maklouf Carvalho o que lhe passava pela mente, ao lembrar os dias de horror na masmorra do DOI-CODI de São Paulo, o centro que tortura que virou símbolo da barbárie do regime: “Levei muita palmatória, me botaram no pau-de-arara, me deram choque, muito choque. Comecei a ter hemorragia, mas eu aguentei. Não disse nem onde morava. Tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército”.



"Brasil saiu, pela primeira vez na sua história, do mapa da fome, diz ONU" Dilma
Debate CNBB Completo: http://t.co/zG6fceDZZB

Nenhum comentário:

Postar um comentário